Revista de Liturgia Edição 148 – Por ocasião da morte – I
R$3,00 – R$5,00
Revista de Liturgia Edição 148
Julho / Agosto de 1998
36 Páginas
Numa sociedade onde a autoconfiança se apóia na satisfação de se sair bem na vida e de ser considerado melhor do que os outros, aceitar a morte é um desafio difícil. Acolher a morte consiste justamente em aceitar o caminho da solidariedade humana, de ser irmão e irmã da humanidade, portadora do mesmo destino final. É um caminho que cada um de nós deve percorrer. A própria vida, muitas vezes, nos conduz nessa trajetória obrigatória quando experimentamos decepções profundas, sobretudo a respeito de nós mesmos, e, mais especialmente, quando sofremos a partida de pessoas queridas.
Seria desejável que a morte não nos pegasse de surpresa, que fosse bem-vinda como uma nossa irmã, supondo, naturalmente, que a morte chegue no tempo certo, após termos realizado nossa tarefa neste mundo. O que não podemos aceitar são as causas que levam à morte prematura ou violenta, que interrompem muitas vidas em pleno começo ou fora do tempo.
No entanto, a cada dia recebemos notícias de mortes inesperadas e convivemos com a dificuldade de acolher a morte, sejam quais forem as circunstâncias em que ela ocorre. A sociedade a banaliza e a considera assunto inconveniente. No mundo urbano, bem diferente do mundo rural, os funerais são realizados com rapidez, de forma vazia e disfarçada. Quase sem ritual nenhum.
Mas a morte não pode ser disfarçada sem conseqüências negativas para quem fica na dor da perda e da saudade. Mais do que nunca, faz-se necessário valorizar os aspectos fundamentais dos ritos funerais. As imagens do velório e de todas as expressões que acompanham o enterro colocam as pessoas num confronto salutar com o real e as faz viver a presença da ausência e a se despedir das pessoas queridas.
Nesse sentido, o ritual cristão de exéquias exerce um papel importante enquanto é um anúncio de páscoa, num clima de confiança na misericórdia de Deus. É um rito de entrega da pessoa falecida nas mãos de Deus e, ao mesmo tempo, um rito de
consolação que possibilita às pessoas realizarem a necessária passagem pelo luto da morte. Exercem um efeito terapêutico que nos levam a aceitar a nossa própria partida, já que, pela morte de quem amamos, temos acesso à nossa própria morte.
Mas, como qualquer ação litúrgica a celebração das exéquias, requer dos ministros e ministras capacidade de fazer do rito um
acontecimento vivo, que realize na vida das pessoas o significado que traz em cada gesto e palavra. Neste número, continuando o assunto da revista anterior, vocês encontrarão elementos de meditação sobre a morte e sugestões de como celebrar por ocasião da morte.
Peso | 0,081 kg |
---|---|
Dimensões | 27 × 20 × 0,5 cm |
Ano |
1998 |
Mês |
Julho ,Agosto |
Tipo de Revista |
Digital ,Impressa |
Sumário
Editorial. Pág. 3
“Viver é Muito Perigoso”
Marcelo Barros, monge de Goiás. Pág. 4
Por Ocasião da Morte
Pe. Tenário Seibel/Pe. Elli Benincá. Pág. 8
Missa para Homenagear Defuntos?
Fr. José Ariovaldo da Silva, ofm. Pág. 27
Creio na Ressurreição do Corpo,
E . Evaristo Eduardo de Miranda. Pág. 30
Vôo Perfumado da Tamara,
Evaristo Eduardo de Miranda. Pág. 33
Como Francisco de Assis Celebra,
Fr. José Ariovaldo da Silva, ofm. Pág. 34
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