Pastoral Litúrgica foi o tema do Seminário promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, em fevereiro de 2008, considerado em três aspectos: a celebração, a formação e a organização. Outros dois seminários foram realizados: em 2005 sobre a Eucaristia na vida e missão da Igreja e em 2007, sobre a reconciliação. Em 2010, o assunto será formação litúrgica na perspectiva da metodologia adotada nos programas de formação em diferentes níveis.
Na atual conjuntura eclesial, com claro retrocesso nos documentos oficiais e na prática de muitas dioceses, com visível enfraquecimento do ministério leigo em decorrência do clericalismo reforçado, estes Seminários, promovidos pela CNBB, vêm animar a esperança de continuidade da reforma litúrgica proposta pelo Concílio Vaticano II.
O tema da pastoral litúrgica em 2008 abriu ampla discussão sobre a concepção de liturgia e o modelo de Igreja subjacente aos planos de pastoral, levando aos seguintes questionamentos: que pastoral litúrgica para que Igreja? Em que lugar e com que qualidade de serviços? E como fazer? São questões que continuam abertas, e que devem ser respondidas em cada situação concreta.
Nesta edição da nossa revista, situando a pastoral litúrgica entre a teoria e a prática, Ione formula muitas outras perguntas, e defende que sem elas não podemos adquirir conhecimento, nem encontrar soluções transformadoras da realidade. As respostas, diferentes de acordo com cada realidade, serão proporcionais aos anseios por mudanças. E serão provisórias, sempre sujeitas a novas perguntas e a novas soluções.
O Seminário de 2010 deverá tratar, dentro desta dinâmica, um aspecto fundamental da pastoral litúrgica: a formação. A proposta é tentar superar o modelo escolar de ensino via transferência de conhecimento, o estudo da teoria sem ligação com a prática, para adotar e incentivar o aprendizado como resultado de um processo coletivo de construção do saber; a teologia ligada com a celebração e a pastoral; o estudo do seu rito litúrgico.
Neste sentido vale a pena deter-se sobre a contribuição de Aurelina de Jesus (Leu). Ao discorrer sobre a pedagogia da Rede Celebra, ela nos oferece referências significativas e critérios valiosos para um olhar crítico sobre a pedagogia assumida em nossos programas de formação. Gestado no coração antes de se escrito, o seu texto é sem dúvida um sinal no caminho, e deixa portas abertas para continuar aprofundando, no movimento sem fim de aprender e ensinar.
E não podemos deixar de fazer um elogio à Vida de quem alcançou 70 anos, plenamente dedicado à Pastoral e à Formação Litúrgica na Igreja do Brasil a serviço do Reino. Parabéns Pe. Marcelino Sivinski!
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