Em outubro de 2008, realizou-se em Roma a XII a Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para debater a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja. Estiveram presentes além dos 253 padres sinodais, 41 peritos, 37 auditores de 26 países e representantes de dez comunidades eclesiais não católicas. E como novidade, a presença de um rabino, do patriarca ortodoxo de Constantinopla e 25 mulheres entre peritas e auditoras.
Foi significativo, embora pouco divulgado fora da Itália, o evento intitulado “A Bíblia dia e noite” que propôs a leitura ininterrupta de toda a Bíblia durante 7 dias, na Basílica de Santa Cruz de Jerusalém, em Roma, com a participação de 1.300 leitores/as, entre artistas, pessoas comuns, representantes de Igrejas e religiões e a presença contínua de milhares de ouvintes…
Enquanto aguardamos o documento final, alegramo-nos com as proposições que trazem um resultado positivo do trabalho realizado a partir do instrumento de trabalho (IT). Tais proposições deixam transparecer um clima de respeito e escuta da Palavra de Deus e das comunidades, na continuidade da Constituição dogmática Dei Verbum, documento do Concílio Vaticano II sobre a revelação divina. Destaca-se o incentivo ao método da leitura orante, tão fundamental para que a bíblia se torne Palavra de Deus, com toda a sua eficácia.
Sente-se igualmente o efeito da Sacrosanctum Concílio pela importância dada à liturgia da Palavra. Das 55 proposições 8 versam sobre Palavra de Deus na Liturgia em seus diferentes aspectos. Falam da assembléia litúrgica como lugar privilegiado para a leitura bíblica (n. 14). Lembram a homilia em sua função de atualizar a Palavra, conduzindo ao mistério celebrado para que as pessoas sintam a Palavra como resposta eficaz às suas dores e esperanças (n. 15). Sugerem uma revisão do lecionário, inclusive com a participação das Igrejas que o adotaram (16). Reconhecem e encorajam o serviço de leigos na transmissão da fé, sobretudo das mulheres, inclusive com sugestão que se torne oficial, mediante o ministério do leitorado, o seu já reconhecido serviço como anunciadoras da Palavra (17). Reforçam o valor pastoral e litúrgico da celebração da Palavra de Deus, presidida por leigos (18) Atribuem à Liturgia das Horas forma privilegiada de escuta da Palavra, também para os leigos (19). Incentivam a formação de pequenas comunidades como lugar de escuta e estudo bíblico, de oração e encontro com Deus, mediante a coordenação de liderança leiga. (21).
Esperamos que estas boas perspectivas sejam motivo de ânimo para todas as pessoas que de alguma forma exercem o ministério de anunciar e celebrar a Palavra, e representem uma nova força neste ano de 2009, dedicado à Catequese.
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