Em julho de 2009 será celebrado, em Porto Velho, o 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, na continuidade dos grandes encontros nacionais. Esta convergência nacional, diz o bispo de Porto Velho, dom Moacyr Grechi, cumpre o papel de ser memória viva da caminhada das comunidades eclesiais, e é uma oportunidade de aprofundar nossa consciência de povo de Deus, na perspectiva do Vaticano II; tempo de comunhão eclesial, partilha e vivência profunda da fraternidade, onde todo o processo é feito em mutirão.
O Encontro vai acontecer às margens do Rio Madeira com toda a sua imponência e seus encantos, este rio que atravessa a cidade, às suas margens crescem árvores de vida, que dão frutos o ano inteiro, e cujas folhas são medicinais para as nações (cf. Apocalipse 22,1-2). O Lema Do ventre da terra o grito que vem da Amazônia, sugere, porém, que o rio está ameaçado, como tantos outros rios do mundo, por intervenção de interesses econômicos, com o desmatamento, os agrotóxicos, as barragens… E não só o sistema fluvial, mas toda a Amazônia com a maior biodiversidade do planeta, e com os seus povos, estão ameaçados de morte.
Este grito da Amazônia ecoará no cenário da reunião das Comunidades de Base, em Porto Velho, como um grito que vem do ventre da terra e das águas de todo o mundo. É um grito coletivo que apela para a consciência dos grandes empreendedores econômicos com seus projetos devastadores, e para políticas públicas que promovam investimento em projetos alternativos familiares, locais, em vista do desenvolvimento sustentável.
As celebrações, que são sempre o ponto alto dos Intereclesiais, já estão sendo preparadas. Se as celebrações das CEBs primam por unir liturgia e vida, compreendendo a realidade social e política e toda luta por melhores condições de vida, as celebrações do 12º Interclesial integrarão como expressão da páscoa do Cristo o gemido da terra e o anseio da criação inteira por libertação e vida (cf. Romanos 8,18-23).
Assim, a Igreja do Brasil se une à Aliança dos Povos da Floresta – indígenas, seringueiros, ribeirinhas, antigos colonos, quilombolas, migrantes, imigrantes, habitantes das cidades no grande puxirum (mutirão em tupi guarani) de convivência eclesial que retomará a memória, firmará a identidade e assumirá o evangélico compromisso da opção pelos pobres, como Igreja discípula-missionária.
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