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Neste programa, a Ir. Cidinha Batista e Ir. Rosária Belançon, Pias Discípulas do Divino Mestre, falam sobre o Sábado Santo, 2º Dia do Tríduo Pascal, e a Vigília Pascal, já 3º Dia do Tríduo Pascal. Este programa foi gravado antes das medidas restritivas da Pandemia do Corona Vírus. Algumas dicas e recordações de celebrações dizem respeito à reunião comunitária, impossíveis no atual momento. Mas partilhamos mesmo assim este conteúdo devido à parte teológico-litúrgico na vivência do tríduo pascal, em especial ao 2º e 3º dias do mesmo.
No 2º Dia, o Sábado Santo, celebramos a sepultura do Senhor Jesus. Elas recordam a 2ª leitura do ofício das leituras que trazem o sentido deste dia. Não há celebração, apenas a atitude da esperançosa espera do Senhor que desce a mansão dos mortos e, com sua Ressurreição, desperta “todos os que dormem” e faz novas todas as coisas.
Na íntegra a homilia:
A descida do Senhor à mansão dos mortos
De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
(PG 43,439.451.462-463)(Séc. IV)Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.
Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.
Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.
A Páscoa é o centro do nosso Ano Litúrgico. Com a Vigília Pascal, celebramos a vitória da vida sobre a morte. Na liturgia pascal, celebramos a libertação dos cristãos do pecado e da morte para participar da vitória de Jesus.
O programa foi gravado antes da Pandemia do Corona Vírus e ainda traz a recordação dos catecúmenos, batizados neste dia da Vigília Pascal. Sabemos que este ano será impossível este rito, mas mesmo assim deixamos para recordamos em nossas orações todos os adultos, jovens e crianças que aguardam o recebimento dos sacramentos.
O terceiro dia do Tríduo Pascal termina com a celebração do Domingo de Páscoa, que é o início de um grande tempo da nossa Igreja. São 50 dias de festa que culmina com a festa de Pentecostes.
Feliz e Santa Páscoa para todos!
OUÇA O PROGRAMA:
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