02 de agosto de 2020

  1. Aprofundando os textos bíblicos: Is 55,1-3; Salmo 145 (144); Romanos 8,35.37-39; Mateus 14,13-21

O evangelho apresenta a narrativa da multiplicação dos pães, ressaltada pelos quatro evangelistas. Jesus retira-se de barco para um lugar deserto, mas a multidão o segue. Ao sair do barco, Jesus vê a multidão, enche-se de compaixão e cura os doentes. Como outrora no deserto, quando muita gente foi alimentada de forma maravilhosa, em meio a uma grande escassez (Ex 16; Nm 11), a multidão deposita a esperança de salvação em Jesus. Os discípulos se apressam em despedir o povo, pois ainda não haviam compreendido a nova realidade do Reino. A hora lembra o sofrimento, a paixão e a morte salvadora de Jesus. Os discípulos são impelidos a continuar a obra de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (v.16). Como o Messias enviado de Deus, Jesus tomando os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu, deu graças, partiu os pães e deu-os a seus discípulos para que os distribuíssem (v.19). Os pães lembram a vida de Jesus, sua entrega total, sua doação por amor que possibilita a partilha. Todos comeram e ainda sobrou, evocando também o anúncio profético de Elizeu (cf. 2Rs 4,42-44). O número doze recorda as doze tribos de Israel, os doze apóstolos de Cristo, ou seja, todo o povo alimentado de forma abundante e gratuita por Cristo, o pão da vida. Na 1ª leitura, Deus oferece o alimento de sua palavra que proporciona a vida em plenitude, os bens da nova aliança. “Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco uma aliança eterna” (v.3). No salmo, a esperança, o olhar de todos está no Senhor, pois ele fornece o alimento na hora certa. O Senhor rege a ação humana com justiça e amor e está perto dos que o invocam com lealdade. A 2ª leitura acentua que nenhuma força oposta a Deus pode impedir a realização plena de seu plano de amor manifestado em Cristo. Esse amor, que é força de ressurreição, de vida nova, leva a viver em harmonia com toda a criação.

  1.   Atualizando

Jesus doa-se como o pão da vida e confia aos discípulos a tarefa de continuar a sua missão, para que todos sejam alimentados. Somos impelidos a multiplicar o amor, a fraternidade, cooperando para que os recursos do planeta sejam partilhados com todas as pessoas que o habitam.

 

  1. A palavra de Deus na celebração

Nesta celebração o Senhor estabelece conosco um pacto eterno. Ele revigora as nossas forças com sua ternura eterna. Com carinho ele abre suas mãos prodigamente e nos sacia com fartura. Hoje Ele nos entrega o seu Filho Único, o pão que vem do céu e que nos sacia plenamente. Sejamos nós também, por partido para a vida do mundo.

  1. Dicas e sugestões

Valorizar o gesto da fração do pão, pois este “gesto que por si só designava a Eucaristia nos tempos apostólicos, manifestará mais claramente o valor e a importância do sinal da unidade de todos, num só pão, e da caridade fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos” (IGMR 321). (Outras sugestões vejam: CARPANEDO Penha e GUIMARÃES, Marcelo. Dia do Senhor, Tempo Comum, Ano A. São Paulo, Apostolado Litúrgico/Paulinas, p. 171-177).

Ir. Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.

Ir. Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.

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Revista de Liturgia Edição 279 – No templo de suas casas: um povo sacerdotal

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