A passagem para o novo milênio traz consigo um desejo universal de paz. Há por toda parte sinais deste desejo. A ONU declarou os anos de 2001 a 2010 como a Década de Educação para a Paz e a Não-Violência. O Conselho Mundial de Igrejas, em sua 8a Assembléia Mundial, proclamou o Decênio Ecumênico para Superar a Violência (DSV). Prevê-se, em janeiro de 2001, a organização de atos simultâneos de inauguração do Decênio em todo o mundo. Desta forma, o Decênio Ecumênico para Superar a Violência aspira a suscitar o interesse e as expectativas das Igrejas, de organizações ecumênicas, grupos e movimentos de todo mundo para uma contribuição positiva, concreta e específica em favor da construção de uma cultura de paz.
O Manifesto da Paz lançado em Paris em março de 1999 chamava cada pessoa a assumir a sua parte de responsabilidade na construção da paz. Em todo o mundo, multiplicam-se trabalhos de educação para a paz, nas escolas e nas organizações não-governamentais, para que o povo não aceite a violência e use a não-violência como ferramenta política de mudança das sociedades.
É urgente que os cristãos se unam a este movimento pela paz. Para isto é necessário construir a paz e a unidade entre as próprias Igrejas divididas. O teólogo Hans Küng lembrava em uma frase que ficou famosa que não vai haver paz no mundo enquanto não houver paz entre as religiões. O papa João Paulo II tem feito gestos eloqüentes, marcados pela convicção da paz. Durante o encontro inter-religioso, no dia 23 de março do ano passado, em Jerusalém, o papa afirmou estar consciente de que é necessário e urgente estabelecer vínculos mais estreitos entre todos os crentes, para garantir um mundo mais justo e pacífico. Em seu discurso, João Paulo II manifestou esperança em um novo futuro, chamando a atenção para a necessidade vital de um diálogo respeitoso entre as diversas tradições religiosas, no reconhecimento de que cada uma é sagrada e portadora de verdade e graça. Toda oração sincera e autêntica, afirma ele, em qualquer que seja a religião, é inspirada pelo Espírito de Deus.
Todos somos convidados a entrar no movimento por uma cultura de paz e de não-violência, a assumir no cotidiano da nossa vida um trabalho permanente para construir a paz e a fazer da própria celebração litúrgica o lugar de acolher a paz como dom de Deus e de manter vivo o sonho por um mundo sem guerra.
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