Em dezembro de 2013, vamos comemorar 50 anos da Sacrosanctum Concilium, a Constituição do Concílio Vaticano II sobre a sagrada liturgia, que colocou os alicerces da grande reforma litúrgica empreendida na Igreja, por iniciativa do Papa João XXIII, sob a inteligência e o espírito pastoral do Papa Paulo VI. Tal jubileu merece que desde já vivamos este tempo de preparativos com nossa atenção desperta ao que pode ser feito para levar adiante o caminho iniciado e não permitir que morra a profecia que provocou mudanças na Igreja e na liturgia para melhor corresponder aos anseios da humanidade do nosso tempo. Neste sentido, temos a alegria de abrir este primeiro número do ano, dando a conhecer, aos nossos leitores, a figura marcante de Cipriano Vagaggini, monge beneditino camaldolense, teólogo e liturgista, precursor e colaborador no Concílio Vaticano II e na sucessiva reforma litúrgica. Devemos a ele não apenas a imensa produção de 60 anos de estudo e ensino acadêmico, mas, sobretudo, o testemunho de um caminho espiritual intenso, sustentado pelo ritmo cotidiano da liturgia. Ele é uma palavra viva a quem podemos e devemos recorrer ao celebrar as vitórias conquistadas, sentindo ao mesmo tempo, a força dos ventos contrários ao espírito da verdadeira reforma. Trazemos também nesta edição a lembrança da 24ª Semana de Liturgia, realizada em São Paulo sob a coordenação do Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, com o tema Comunicação e Liturgia. Contrário do que se poderia esperar, e sem negar o lugar central que os meios de comunicação ocupam em nossa sociedade fundamentalmente informada pela comunicação de massa, a reflexão ao longo da semana apontou para um entendimento da comunicação que conduz a uma revitalização da comunicação cristã, através da redescoberta de formas antigas de comunicação e do uso adequado de novas formas. Mais do que falar de meios e de informações, falou-se de comunicação como processo, acontecimento, encontro no qual as pessoas envolvidas são protagonistas e não meros receptores. Entre as formas antigas estão os rituais da tradição e a possibilidade de resignificá-los dentro deste século, garantindo o retorno aos sentimentos essenciais da fé através dos símbolos que foram substituídos pelos shoppings, pelo consumismo… Nesta perspectiva a própria liturgia é experiência de verdadeira comunicação, enquanto diz respeito a algo que nos acontece e nos transforma, e não simplesmente a algo que se passa. Uma liturgia que toca o coração, que atinge a emoção, indo além, e muito, de sensações passageiras.
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Revista de Liturgia Edição 223 – O Sentido Teológico da Liturgia
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Revista de Liturgia Edição 223
Janeiro / Fevereiro de 2011
36 Páginas
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