TOQUEM A TROMBETA E PROCLAMEM o JUBILEU!!!!
Em novembro de 1994, o papa João Paulo II publicou uma carta convocando um grande jubileu para o ano 2000, com três anos de preparação no mundo inteiro e um encontro ecumênico em Jerusalém, ao qual são convidadas todas as Igrejas cristãs e as religiões abraâmicas.
O assunto tem provocado muitas controvérsias, dentro e fora da Igreja católica, por vários motivos. Primeiro, porque a data do nascimento de Jesus, além de ser imprecisa, não tem o mesmo significado para os cristãos e os não-cristãos. As outras religiões têm outros calendários e outras datas significativas. Depois, há o receio de que esta comemoração tenha um caráter triunfalista e resulte em chavões doutrinários e em promoções comerciais e turísticas.
As comunidades do Brasil acolhem a proposta de fazer da virada do milênio um tempo de festa e de retomada do caminho de Jesus, mas queremos fazer isso com todo respeito às outras religiões e culturas e num estilo que refaça para nós, hoje, a mística do jubileu bíblico. Queremos viver este final de século como um tempo no qual Deus volta para julgar o povo e restaurar a sua justiça na relação entre as pessoas e entre a pessoa e a terra. Queremos um jubileu como recordação da memória das ações de Deus e como tempo de sua graça para a humanidade, um novo começo no caminho da libertação e da felicidade.
Queremos que nossas celebrações estejam impregnadas desse memorial, atualizado nas lutas de todos os pobres que acreditam na possibilidade de uma vida melhor. Não queremos transformar a liturgia num discurso sobre o jubileu, mas queremos fazer de cada celebração lugar onde os pobres exerçam a função profética de proclamar ao mundo inteiro o fim de qualquer tipo de cativeiro e de humilhação, de anunciar o ano de graça da parte do Senhor.
Cada celebração litúrgica pode ser o eco de clamores como os de Corumbiara e de Eldorado dos Carajás e a voz que anuncia o tempo novo da partilha da terra e de todos os bens.
Queremos um jubileu que ajude as Igrejas cristãs a retomarem mais intensamente o caminho da unidade e da comunhão, superando as barreiras e renovando, na memória da ceia do Senhor, a missão de testemunhar o reino de Deus no trabalho pela justiça e pela paz.
Queremos um jubileu que liberte a própria liturgia do jugo de qualquer escravidão ou monopólio, para que seja, ela mesma, um
ensaio da liberdade que Deus traz para todos.
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