Os evangelhos narram que Jesus, ao chegar a sua hora, convidou a sua comunidade para uma ceia. E aí, seguindo o costume do seu povo, ele tomou o pão e o vinho, deu graças a Deus, repartiu estes alimentos entre todos e, por fim, recomendou: “Façam isto em memória de mim”.
As comunidades antigas levavam tão a sério este mandato de Jesus, que era impensável para uma comunidade cristã viver
sem a Ceia do Senhor. Um dia, lá por volta do ano 3083, o imperador Diocleciano empreendeu a última perseguição contra
os cristãos. Uma das medidas tomadas por ele proibia os cristãos de se reunirem em assembléia. Interrogado sobre o motivo de tais reuniões, Emérito respondeu: “Nós não podemos viver sem celebrar a Ceia do Senhor!”. E a comunidade preferiu a morte a deixar de fazer o que Jesus mandou.
Até hoje os documentos da Igreja afirmam a centralidade da eucaristia e ensinam que “não se edifica nenhuma comunidade
cristã se ela não tiver como raiz e centro a celebração da santíssima eucaristia” (PO 6). No entanto, inúmeras comunidades por todo o Brasil não podem celebrar a eucaristia todos os domingos por falta de um ministro ordenado.
Por um lado, há em muitas paróquias uma inflação de missas e, por outro, tantas comunidades empenhadas no compromisso da fé estão privadas de ministros e ministras que possam reuni-las para retomar a Ceia do Senhor. Por que não se cria na Igreja
um ministério extraordinário da eucaristia, como há para os sacramentos do batismo e do matrimônio? Ou, então, por que não se reconhece nos animadores e animadoras de comunidades os legítimos candidatos ao sacramento da ordem?
Na impossibilidade de realizarem plenamente a eucaristia, as comunidades se reúnem para escutar a Palavra e, muitas delas, fazem uma refeição fraterna com ação de graças e bênção de alimentos sob a presidência de um ministro ou ministra leiga. Compreendem que a eucaristia é o centro na vida da Igreja, mas não se esgota em uma única forma de celebração, ao contrário, toda a nossa vida e toda oração cristã têm um caráter de eucaristia e se expressam em ação de graças pela páscoa do Senhor.
Contudo, é sempre motivo de imensa alegria para as comunidades poderem celebrar a eucaristia sob a presidência de um presbítero, quando este é reconhecido como verdadeiro guia espiritual e expressa isto simbolicamente ao presidir a celebração.
Avaliações
Não há avaliações ainda.