Nada é mais essencial do que a experiência de amar e sentir-se amada(o). Acontece que o que é uma coisa tão boa, tão desejada é, ao mesmo tempo, um “batismo de fogo”, porque há sempre algo que nos escapa. Há sempre um sentimento de vazio que nenhum amor, por mais verdadeiro que seja, é capaz de preencher. Almejamos por uma totalidade que nenhuma experiência humana pode satisfazer. E, buscando a presença do ser amado como último sentido da nossa vida, temos que aprender a suportar a sua ausência. Sem falar de todas as dificuldades que a realidade do casamento comporta no plano econômico, na tarefa de educar os filhos, no desgaste que o cotidiano projeta sobre os mais nobres sentimentos…
Por isso, na experiência cristã, o matrimônio é visto como sacramento do amor de Cristo para com a sua Igreja. De um lado, ele dá lugar para o amor se manifestar em toda a sua exuberância e promessa, em todo o seu encanto, imagem perfeita do amor de Deus que leva seu povo ao deserto para falar-lhe ao coração. Ao mesmo tempo, chama os noivos a aprofundarem este mistério, a descobrirem que o caminho para chegar à maturidade deste amor é o da entrega, do respeito, do assumir a própria solidão, do conhecer-se a si mesmo no confronto com esta outra pessoa a quem agora se está definitivamente ligado(a).
A referência é o próprio Cristo que, segundo o Apocalipse, casou-se com a humanidade numa aliança de justiça para fazer dela uma humanidade nova, sem lágrimas, nem luto, nem morte… Mas, para isto, despojou-se inteiramente de si mesmo e entregou a sua própria vida.
Supondo que os noivos não tragam outra motivação a não ser o amor, a própria celebração resume, de maneira simbólica, toda a vivência conjugal, que será plena no crepúsculo da vida, e evoca também a experiência da comunidade, chamada a viver com Deus uma relação de intimidade. É necessário, então, um esforço da equipe para adaptar o ritual, usando uma linguagem mais coloquial, enriquecendo-o com cantos e gestos expressivos, preparando-se para atuar com autenticidade nos diversos serviços, de modo que a sua atitude corresponda ao sentido das palavras e dos gestos que estão sendo realizados.
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