Descrição

No mundo da eficiência de pessoas e máquinas, da ciência e da técnica e na cultura que impõe padrões de beleza e de perfeição física a qualquer preço, há pouco espaço para a fragilidade e a fraqueza, e menos ainda para a deficiência. E, no entanto o mais eficiente está sujeito à derrota, e a natureza mesma faz seu caminho de diminuição e de perda até o máximo do desapego que é a morte.

A Campanha da Fraternidade deste ano, ao apontar a realidade da deficiência como objeto da atenção de toda a Igreja, coloca diante de nós um longo caminho a ser percorrido: caminho de conversão para o re-conhecimento do que é débil e para a capacidade de nomear o que não pode ser negado em nós e fora de nós… como condição de inclusão e amorosa acolhida, capaz de transformar o absurdo em graça e a debilidade em força e revelação.

Sem querer reduzir a pessoa a seus limites físicos e mentais, porque de fato cada pessoa é sempre maior do que suas imperfeições é preciso não cair na alienação de anular as condições diferenciadas com as quais a pessoa precisa e merece ser recebida e respeitada. Quando alguém experimenta ser profundamente acolhido em sua fraqueza, desta experiência emerge alegria, confiança e ganhos recíprocos. O que se quer não é anular a diferença impossível de ser escondida, mas chegar a aceitar conviver sem medo e sem preconceito com a diferença, a ter um olhar atento ao mistério que se manifesta na fragilidade.

A liturgia será um lugar propício de acolhida, de contato e convivência com pessoas portadoras de deficiência, um lugar de afirmar sua dignidade como pessoa, uma oportunidade de expressar seus afetos e suas lágrimas, de compartilhar sua experiência espiritual e a riqueza de seu coração capaz de acolher e professar a fé, muito além de qualquer limitação física ou mental.

A liturgia, enquanto memorial da passagem do Senhor, do aniquilamento para a vida, será lugar privilegiado de escuta, de superação de todo tipo de aversão, de conversão para perceber a experiência das pessoas feridas por algum tipo de deficiência, não como desgraça, mas como dom e fonte de compaixão, como lugar de salvação, como caminho para o essencial. A assembleia litúrgica, corpo do Senhor acolhe as pessoas com deficiência, na condição de iguais, sem superioridade e sem inferioridade, embora muito diferentes, abrindo a possibilidade de receber a sabedoria que emerge de sua experiência exigente como resposta ao desígnio de Deus em suas vidas, Ele que escolhe os fracos para confundir os fortes.

Informação adicional
Peso 0,081 kg
Dimensões 27 × 20 × 0,5 cm
Ano

2006

Mês

Janeiro

,

Fevereiro

Tipo de Revista

Digital

,

Impressa

Sumário

Sumário

Celebrar a páscoa com as pessoas com deficiência
Marcelino Sivinski. Pág. 4

Quem experimenta sabe
Evaristo Eduardo de Miranda. Pág. 6

O SERVIÇO DOS ACÓLITOS
Domingos Ormonde. Pág. 8

Riros DIFERENTES
Irmã Judite Mayer. Pág. 10

REZANDO OS SALMOS
Helena Ghiggi. Pág. 13

CANTO E MUSICA NA LITURGIA
Joaquim Fonseca. Pág. 15

Celebração dominical da palavra nos domingos da quaresma
Marcelo Guimarães e Penha Carpanedo. Pág. 17

INICIAÇÃO CRISTÃ DE JOVENS E ADULTOS
Domingos Ormonde. Pág. 21

ESPAÇO PARA CELEBRAR
Rafaela Asprino. Pág. 24

Como introduzir o“ofício divino de adolescentes e crianças”
Ione Buyst. Pág. 26

GRILOS
Ione Buyst. Pág. 28

PREPARANDO O DIA DO SENHOR
Maria do Carmo Oliveira e Maria de Lourdes Zavarez. Pág. 29

Norícias. Pág. 34

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