Há por toda parte, em nossas comunidades, esforços imensos, por uma catequese cada vez mais qualificada, próxima das diferentes realidades e capaz de gerar conduta de vida evangélica em crianças e adultos que buscam na fé uma referência. Quantas pessoas dedicam parte do seu tempo como testemunhas da fé, no exercício do ministério de catequistas; e quantas crianças e adultos recebem este testemunho e descobrem na fé em Jesus um caminho de vida.
Contudo, com freqüência, escutam-se relatos das dificuldades enfrentadas neste serviço, desde a falta de ambiente familiar como lugar da primeira transmissão da fé, até a falta de uma adequada preparação dos catequistas e de recursos didáticos para o exercício da sua missão. Nem sempre se verifica uma pedagogia que levando em conta a doutrina, tenha como finalidade a vivência concreta da fé e sua celebração.
Este número da Revista toma como objeto de consideração a catequese como iniciação à eucaristia. Chama a atenção para o risco de limitar a catequese à preparação para a primeira comunhão, perdendo a oportunidade de fazer do caminho catequético um tempo de aprendizado do celebrar a fé, mais amplo do que apenas o gesto da comunhão eucarística. Destaca a importância da preparação para o ministério de catequistas, como um processo que os/as conduz à maturidade na fé, os/as qualifica como discípulas/as de Jesus e os/as habilita quanto a metodologia e os conteúdos a serem transmitidos.
Tratando-se de iniciação à eucaristia, merece especial atenção no processo formativo a apropriação do verdadeiro sentido da eucaristia por parte dos/as catequistas para que a sua transmissão corresponda, em primeiro lugar, ao que Jesus fez em sua última ceia e nos mandou celebrar em sua memória. Espera-se que seja superada uma visão que reduz a eucaristia à hóstia consagrada e a sua adoração. E para que os/as catequistas não sejam professores e sim testemunhas da fé, não basta uma formação apenas intelectual, mas um verdadeiro exercício de crer, celebrar e viver o que vão transmitir na catequese.
Neste sentido é fundamental que as celebrações eucarísticas da comunidade em que atuam, correspondam de fato ao que propôs o Concílio Vaticano II, de voltar à simplicidade inicial com sua estrutura fundamental de Ceia em memória da páscoa de Jesus, livre dos artifícios alheios à sua natureza e do formalismo e superficialidade que muitas vezes predominam em nossas comunidades.
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