Em julho deste ano, na cidade de Porto Velho (RO) realizou-se o décimo segundo Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, com o tema, CEBs, ecologia e missão e o lema, do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia. Três mil pessoas participaram do encontro, entre delegados dos regionais da CNBB, representantes dos povos indígenas e dos países da América Latina, jornalistas, bispos, convidados e assessores; e mais de cinco mil pessoas envolvidas nas equipes de serviço. Foram cinco dias intensos de partilha de experiências, estudo e vivência da fé, aprofundando o seguimento de Jesus a partir das grandes preocupações da humanidade com o futuro do planeta.
As comunidades Eclesiais de base, são a mais significativa expressão da Igreja na América Latina, herança de Medellín, firmada em Puebla e Santo Domingos e reafirmada na Conferência de Aparecida. A sua marca é viver a fé em pequenas comunidades, tendo a bíblia e a liturgia como fontes de inspiração a exemplo das primeiras comunidades cristãs, interagindo e dando sua específica contribuição nos movimentos sociais, políticos, econômicos e ecológicos a serviço da vida. Na homilia da Celebração de abertura do décimo segundo Intereclesial, Dom Moacyr Grechi, arcebispo de Porto Velho (RO), valendo-se de um provérbio africano, lembrou que as CEBs são Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares não importantes, conquistando mudanças extraordinárias.
Assumindo como próprio o clamor das populações que hoje vivem na Amazônia, os participantes se debruçaram sobre a grave situação de exploração da natureza e fizeram apelo aos governantes por uma ética de cuidado e por políticas de contenção de projetos que agridem as águas, a floresta e seus habitantes. E junto com representantes das Religiões indígenas e dos afro-descendentes, de judeus e muçulmanos, de cristãos ortodoxos e evangélicos, firmou-se o compromisso de solidariedade com a terra e de militância nos diversos movimentos que buscam garantir qualidade de vida para a terra e para quem nela habita.
Depois deste Intereclesial em Porto Velho, as CEBs continuarão o seu caminho como Comunidades Eclesiais e Ecológicas de Base, renovadas no seguimento de Jesus e na sua opção pelos pobres; fortalecendo a formação bíblica; incentivando os ministérios leigos de homens e mulheres também na liturgia; estreitando o diálogo ecumênico e inter-religioso; repensando a pastoral urbana; assumindo o testemunho e a memória dos mártires da caminhada; e empenhando-se na Missão Continental proposta pela V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho, em Aparecida. E certamente contribuirá para uma liturgia fonte de espiritualidade sintonizada com a ecologia.
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