A Cada ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe uma Campanha da Fraternidade, como itinerário quaresmal em preparação às celebrações pascais, voltada para a conversão pessoal e comunitária, a serviço da páscoa de Deus no mundo.
Os temas, cada vez mais voltados para questões sociais e vitais, emergentes na vida do povo em nosso país, têm o claro objetivo de educar para o amor fraterno feito de gestos concretos de cuidado e de solidariedade, buscando despertar a consciência da responsabilidade comum na construção do outro mundo possível.
O tema deste ano, “Fraternidade e a vida no planeta”, com o lema “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22), assumem um caráter de urgência. Continuando a Campanha de 2010 (economia e vida), a deste ano faz eco à consciência universal a respeito das condições a que foi submetido o planeta, convocando toda a Igreja a engajar-se em ações concretas para reduzir o ritmo da sua destruição.
Sabemos que para deter a velocidade das interferências depredadoras, cada vez mais crescente, não bastam ações individuas. Faz-se necessárias ações nacionais e acordos internacionais, sobretudo entre os países que mais colocam o pé no acelerador. Contudo, o engajamento pessoal e comunitário é base de uma nova educação ecológica e de uma nova consciência que obrigará os líderes mundiais a assumirem políticas de preservação e de recuperação da nossa casa comum.
Nossa revista, desde setembro de 2008, a partir do 12º intereclesial das CEBs, ocorrido em Porto velho em julho do mesmo ano, vem chamando a atenção para a relação entre ecologia e liturgia, tendo sido este o assunto de capa durante todo o ano de 2010. Abordando o tema sob diferentes aspectos, chamou a atenção para a importância de vivenciar a Liturgia em função da sensibilidade e consciência ecológicas e de contribuir na elaboração de uma teologia litúrgica que inclua a dimensão cósmica e ecológica, para chegar a uma espiritualidade que nos leve a pensar, a sentir e a agir como parte da terra que somos nós.
A quaresma, que sempre volta como “sacramento da nossa conversão”, será um tempo de exercitar a mística do cuidado, de participar de ações ecológicas… As cinzas que se impõe sobre nós no início da quaresma evoca a consciência de que somos terra, em nada diferentes no processo evolucional dos outros seres vivos, gemendo o mesmo gemido. Ao mesmo tempo somos luz, possuímos o sopro que pulsa em nós e em todo o universo, por isso a quaresma nos conduz à páscoa. Assim, sentindo em nós o anseio da criação por libertar-se de todo cativeiro, ‘na alegria do Espírito esperamos a santa páscoa’.
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