Em dezembro de 2013 já se vão 50 anos desde quando foi promulgada a Constituição do Concílio Vaticano II sobre a Sagrada Liturgia, a Sacrosanctum Concilium, em 1963. Fruto amadurecido do Movimento Litúrgico e ponto de partida da grande reforma que mudou o pensamento e o agir ritual da Igreja. No que diz respeito à celebração eucarística, tudo o que foi determinado pela reforma está em vigência no atual Missal Romano, promulgado em 1970, por Paulo VI. Antes, o que vigorava era o missal de Pio V, conforme decreto do Concílio de Trento, de 1570. Durante quatrocentos anos foi ele a norma para a celebração da missa na Igreja de rito latino. No entanto, sentia-se a sua profunda limitação em expressar o mistério de Cristo e da Igreja, destituído de sentido teológico e eclesiológico, reduzido a um conjunto de leis e rubricas. O movimento litúrgico que teve início no século XX, culminando no Concílio Vaticano II e se prolongando até nossos dias, significa o reconhecimento da necessidade histórica de uma mudança substancial, não só na forma externa, mas na coerência entre o rito e seu significado para ser cume e fonte de vida da Igreja. De fato, o movimento litúrgico surge inicialmente não para reformar os ritos, mas para despertar nos fiéis a consciência da sua condição de povo de Deus, ungido pelo Espírito no batismo, participante do sacerdócio de Cristo na vida e na liturgia. A mudança dos ritos foi consequência desta exigência primeira, motivada pela necessidade de compreender a liturgia, tornar-se participante autêntico e nutrir a fé. Portanto, o Missal Romano atual é fruto de um longo e árduo processo de descoberta e estudo das mais antigas fontes e fórmulas litúrgicas, inclusive da Igreja Oriental. Representa o consenso eclesial assumido, em Concílio, para substituir o rito precedente e colocar toda esta riqueza a serviço do povo cristão. De certa forma, em cinquenta anos de vigência, o rito romano renovado a partir do Concílio Vaticano II já está assimilado pela grande maioria do povo de Deus embora ainda se encontre em processo de apropriação. Paralelamente, pequenos grupos dentro da Igreja, insatisfeitos com a atual reforma litúrgica, reivindicam o direito de celebrar conforme a norma do rito precedente. E a eles é concedido tal direito, causando perplexidade para todos os demais grupos que assimilaram a reforma. O primeiro passo para não permitir que as dúvidas gerem desorientação em nossas comunidades é ter clareza sobre as questões que emergem deste fato. Por isso, nesta edição, temos a alegria de oferecer aos nossos leitores uma entrevista muito esclarecedora, de Andrea Grillo, sobre o assunto. Afinal, temos a convicção de que a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II é caminho sem volta.
Revista de Liturgia Edição 226 – Um Caminho sem Volta
R$3,00 – R$5,00
Revista de Liturgia Edição 226
Julho / Agosto de 2011
36 Páginas
Peso | 0,081 kg |
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Dimensões | 27 × 20 × 2 cm |
Ano |
2011 |
Mês |
Julho ,Agosto |
Tipo de Revista |
Digital ,Impressa |
Sumário
Por uma Igreja verdadeiramente universal
Moisés Sbardelotto
Mistagogia da ordem
Imposição das mãos e a prece de ordenação: seus ritos preparatórios e explicativos
Dom Edmar Peron
A participação da juventude no movimento litúrgico no Brasil
Laudimiro Borges (Mirim)
Sobre o discurso do papa Bento XVI
Por ocasião do 50º aniversário da fundação do Pontifício Instituto de Liturgia Santo Anselmo
Gregório Lutz
Ritos diferentes
O preceito do amor bondade
Judite Paulina Mayer
A propósito da morte de adolescentes e jovens
José Adalberto Salvini
Espaço para celebrar
Passo a passo na construção de uma igreja IV: o programa iconográfico
Regina Céli Machado
Preparando o Dia do Senhor
Veronice Fernandes e Helena Ghiggi
Notícias
Hernaldo Pinto Farias
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