João XXIII foi eleito papa no dia 28 de outubro de 1958 e no dia 25 de janeiro de 1959, por ocasião da festa da Conversão do apóstolo Paulo, diante dos cardeais presentes, anunciou como algo inesperado o seu desejo de convocar nada menos que um concílio. Depois de três anos de laboriosa preparação fez a convocação no dia 25 de dezembro de 1961 e o inaugurou solenemente no dia 11 de outubro de 1962, com a presença de mais de 2.500 participantes de todo o mundo. Realizado em 4 sessões, o concílio teve o seu término no dia 8 de dezembro de 1965, sob a liderança de Paulo VI (iniciada em 1963 com morte de João XXII). Para quem fez do Concílio Vaticano II uma postura teológica e eclesial e deixou-se conduzir pela riqueza de interpretação da Igreja inserida no continente latino-americano, nas Conferências de Medellín a Aparecida, este jubileu não representa um ponto facultativo. Sua celebração vem reavivar o compromisso essencial de manter abertas as portas do diálogo com o mundo, com as demais igrejas, com as religiões e com toda pessoa que deseja contribuir com outro mundo possível, de justiça e de paz. Para as novas gerações que já nasceram beneficiárias das conquistas do Concílio Vaticano II talvez seja importante resgatar a memória do que significou o movimento de uma Igreja trancada, que se levantou de sua imobilidade e abriu as janelas para o mundo e suas grandes questões. A falta desta memória pode conduzir a falsas escolhas, no momento em que setas indicam entradas contrárias ao que foi proposto pelo vento ardoroso do Espírito no Novo Pentecostes do Concílio Vaticano II. A primeira, das quatro constituições do Concílio, a Sacrosanctum Concilium (SC), aprovada em dezembro de 1963, decidiu o início das grandes mudanças da Igreja propondo a reforma dos seus ritos, que era uma necessidade para que o Concílio pudesse alcançar a grande meta de promover a vida cristã entre os fiéis (SC 1). Os grandes temas que se sucederam já estavam enunciados na SC e contribuíram para aprofundar todo o seu significado. De fato, a liturgia enquanto ação da Igreja, é expressão da sua experiência de fé e da sua missão no mundo e foi, justamente, no novo jeito de celebrar que se tornaram visíveis as grandes mudanças eclesiais provocadas pelas determinações conciliares. Por isso, quando vemos em certos cenários atuais retrocessos na forma de realizar a liturgia, pressentimos que o que está em jogo é o modelo de Igreja povo de Deus, cuja base é o sacerdócio de todos os batizados e batizadas. É preciso lucidez, para entregar às novas gerações a herança de uma nova consciência eclesial e litúrgica que no pré-concilio não podemos encontrar. Que as comemorações deste jubileu reanimem todas as instâncias da vida eclesial a vencer o medo e a insegurança. O momento é mais que oportuno para cuidar das raízes em vez de lamentar as folhas no chão. Que a Liturgia do advento, tão impregnada da esperança do reino, nos ajude a encontrar as razões da nossa fé nAquele que veio, está entre nós e ainda virá!
Revista de Liturgia Edição 234 – 50 Anos Depois: entre Desafios e Esperança
R$3,00 – R$5,00
Revista de Liturgia Edição 234
Novembro / Dezembro de 2012
36 Páginas
Peso | 0,081 kg |
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Dimensões | 27 × 20 × 2 cm |
Ano |
2012 |
Mês |
Novembro ,Dezembro |
Tipo de Revista |
Digital ,Impressa |
Sumário
Vaticano II
50 anos, de lá para cá
Reginaldo Veloso
O pacto das catacumbas
Equipe editorial
Carlo Martini, um sinal de esperança
Última entrevista
Equipe editorial
O Evangelho de Lucas na liturgia da Palavra do ano C
Maria do Carmo e M. de Lourdes Zavarez
Espiritualidade Litúrgica VI
Maucyr Gibin
Ritos diferentes
Espera messiânica, o que significa?
Judite Paulina Mayer
Bênçãos de coisas
Ocasiões para rezar a Deus, confiar nele e agradecê-lo
Edmar Peron
Liturgia e vida
Caminho de espiritualidade, jovens e adultos
Domingos Ormonde e equipe
Notícias
Equipe editorial
Preparando o Dia do Senhor
Veronice Fernandes e Helena Ghiggi
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