Entre desafios e esperança prosseguimos no mutirão comemorativo dos 50 anos da Sacrosanctum Concilium (SC), aprovada no dia 4 de dezembro de 1963, na segunda sessão do Concílio Vaticano II, presidida pelo Papa Paulo VI.
Dom Piero Marini, que foi mestre das celebrações do Papa João Paulo II, escreveu por ocasião do 40 anos da SC: até então (…) nenhum Concílio jamais dedicara à liturgia um documento à parte. Com efeito, era a primeira vez que uma assembleia ecumênica abordava a Liturgia na sua globalidade, tanto nos seus princípios bíblico-teológicos, como nos seus aspectos celebrativos e pastorais concretos. Além disso, é necessário reconhecer como altamente eloquente a escolha de colocar a Liturgia em primeiro plano, fazendo da Sacrosanctum concilium o primeiro documento promulgado pelo Concílio Vaticano II.
Este documento representa o ponto alto do admirável movimento litúrgico que começou no início do século XX, e mostrou toda a sua força no processo de reforma que se desencadeou em toda a Igreja, modificando sensivelmente a maneira de viver, de celebrar e de compreender a fé e o próprio jeito de ser Igreja.
Este jubileu é oportunidade ímpar de revisitar o documento conciliar com um olhar mais profundo, iluminado pelas grandes conquistas destes 50 anos, instigado pelas questões que emergem dos desafios e retrocessos atuais, fiel à herança primeira e mais do que nunca voltado para o futuro, sensível aos anseios das novas gerações.
Trata-se de revisitar os princípios e os propósitos da constituição conciliar com o olhar atento ao que foi e continua sendo a maior finalidade da reforma litúrgica, a saber, a participação do povo de Deus como sujeito da celebração. Considerando ser a formação espiritual um dos caminhos sem o qual não se chega à participação ativa e consciente, há de se esperar que esse novo olhar resulte em projetos concretos e consistentes em vista da formação litúrgica do povo de Deus, a começar pela catequese de crianças, de jovens e também de adultos. Evidentemente sem esquecer a necessária e sempre urgente qualificação para a atuação ministerial.
E a Quaresma, enquanto tempo de preparação e renovação do Batismo, junto à Campanha da Fraternidade voltada para a juventude, dará grande oportunidade de promover momentos intensos de formação, mediante retiros, círculos de estudo e leitura orante, a partir da liturgia e em vista de torná-la verdadeiramente cume e fonte da vida da Igreja.
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