Revista de Liturgia Edição 247 – A Liturgia supõe e alimenta a Fé
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Revista de Liturgia Edição 247
Janeiro / Fevereiro de 2015
36 Páginas
A Liturgia supõe e alimenta a fé. Foi este o tema da 28ª Semana de Liturgia em São Paulo, ocorrida no último mês de outubro e promovida pelo Centro de Liturgia dom Clemente Isnard, em parceria com a Rede Celebra. Um tema pertinente no atual contexto eclesial, em que os cenários litúrgicos têm evidenciado, muitas vezes, clara dissonância com a fé da Igreja. Ao contrário do que sugerem tais cenários, a Semana quis lembrar a harmonia e a reciprocidade que deve haver entre liturgia e fé. Assim, ao mesmo tempo em que supõe a fé em Jesus e o seu conhecimento, a liturgia, como norma da fé, cumpre também, por meio de palavras e de ritos, a função de expressar e de fazer crescer a mesma fé (cf. SC 9 e 59).
Nesse sentido, a fé que a liturgia supõe não se limita ao conhecimento das verdades do credo, nem ao elenco das virtudes a serem praticadas. Fé é adesão a Jesus, o Filho de Deus, e uma conduta de vida segundo o seu evangelho. Quanto à liturgia, para que seja capaz de expressar e de fortalecer a fé, ela não pode ser mera formalidade, nem expressão de subjetivismo e de banalidade no trato com o Mistério. Liturgia é cume e fonte da vida cristã (SC 10) e, segundo a Conferência Latino-Americana realizada em Medellin (1968), comporta e coroa um compromisso com toda a realidade humana (cf. cap 9).
Essa discussão se faz especialmente pertinente, também, no momento em que estamos sob o efeito de uma crise, no interior da qual se tem buscado, lamentavelmente, viver a fé de maneira desvinculada da comunidade. O papa Francisco denomina essa crise de globalização da indiferença (EG 54) e, em relação a isso, pede que não deixemos que nos roubem a comunidade (EG 92). A fé, ao mesmo tempo que é profundamente pessoal, não pode ser vivida senão numa comunidade de fé. Afinal, a fé da Igreja, recebida dos apóstolos, é anterior à fé da pessoa, que, por sua vez, a recebe da Igreja e nela se sustenta. Sem vida comunitária, e sem liturgia como ato comunitário da fé, corre-se o risco do isolamento e perde-se o horizonte da própria identidade.
Por outro lado, no entanto, a paróquia institucionalizou a comunidade de tal forma que suas estruturas já não oferecem uma significativa experiência de fé e de liurgia. Assim, para não consentir que nos roubem a comunidade, teremos que criar, na paróquia e além dela, experiências diversificadas de viver e de celebrar a fé, superando a visão segundo a qual a paróquia é a única referência da vida eclesial.
As Conferências Episcopais Latino-Americanas, desde Medellin, têm convocado a Igreja do continente a uma revisão pastoral, a uma mudança de mentalidade à luz das Comunidades Eclesiais de Base. Comunidades menores, onde seja possível a convivência humana e fraterna, a leitura orante da bíblia e o exercício de solidariedade, constituem ambiente favorável para viver a fé e para celebrar, além da missa e dos sacramentos, também outras liturgias, como o ofício divino, a celebração da Palavra, a bênção da mesa, etc. Tais celebrações podem constituir, de fato, expressão da fé vivida pelas pessoas e fonte que alimente essa fé.
Peso | 0,081 kg |
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Dimensões | 27 × 20 × 2 cm |
Tipo de Revista |
Digital ,Impressa |
Ano |
2015 |
Mês |
Janeiro ,Fevereiro |
Sumário
A festa do Batismo do Senhor
Danilo Cesar
O missal, livro da oração da Igreja
Goffredo Boselli
Ele tomou o pão, deu graças e o partiu, e deu a seus discípulos
Edmar Peron
O rito da paz na celebração eucarística
Leonardo José de Souza Pinheiro
Celebração dominical da Palavra na festa do Batismo do Senhor
Penha Carpanedo
Transmissão da fé entre a sinagoga e a casa
Judite Paulina
Liturgia, fé celebrada
Jerônimo Pereira
O Ofício Divino na Fraternidade do Discípulo Amado
Luiz Barros
Preparando o Dia do Senhor
Neusa Bresiani e Helena Ghiggi
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