Em tempos de marcha a ré no movimento das reformas eclesiais que culminaram no Concílio Vaticano II e que ganharam força na América Latina a partir de Medellín, não podemos abrir mão da esperança e de abrir novos caminhos. Sobretudo no campo da liturgia, não nos é permitido abandonar a senda percorrida graças ao trabalho de tanta gente que entregou a vida nesse processo.
Ao contrário, para seguir adiante, é imprescindível reconhecer os passos que já foram dados, como o fizeram os que chegaram antes de nós. Eis porque, nesta edição da nossa Revista, colocamos em destaque três pioneiros a quem devotamos imenso reconhecimento e gratidão e que nos inspiram a persistir na caminhada. O primeiro deles é o padre espiritano alemão Gregório Lutz, doutor em liturgia, radicado no Brasil desde 1970. Nos quase 50 anos que viveu em nosso país, sua atuação foi marcante nas diversas frentes em que atuou: como assessor na CNBB, como professor e orientador acadêmico na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, como pastor junto às comunidades, como escritor de muitos livros e artigos, sempre desbravando caminhos novos para a formação litúrgica. Preparava-se o lançamento do livro sobre sua vida e obra quando ele fez sua páscoa definitiva no dia 5 de setembro deste ano, na Alemanha, com 88 anos de idade.
O segundo, Joel Postma, acabou de completar 90 anos de idade e segue, ainda, em pleno vigor. De origem holandesa, este frade franciscano menor está no Brasil há 60 anos. Presbítero e músico, consagrou-se à Pastoral da música litúrgica, dentro da ordem e junto às comunidades eclesiais, e foi, também, professor e assessor de música na CNBB e em diversos programas de formação. Como compositor de uma música litúrgica de qualidade, enraizada em nosso chão, deixa, como grande legado, um material que continua em elaboração.
Finalmente, o terceiro pioneiro que queremos homenagear é o inesquecível Reginaldo Veloso, que este ano está celebrando 50 anos de serviço como compositor da música litúrgica, ou ritual. Brasileiro de Alagoas, residente na cidade de Recife (PE), Reginaldo é teólogo, presbítero das CEBs, ativista das grandes causas populares, poeta e “artesão da música”, como ele prefere ser chamado. Suas composições reúnem a tradição bíblico-litúrgica e as raízes culturais com grande beleza e profundidade.
Ainda nesta edição, com um artigo sobre a apresentação dos dons, damos início a uma série que estamos preparando sobre a liturgia e eucarística.
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