A ideia de um calendário para as comunidades , nasceu da preocupação de articular o calendário litúrgico e pastoral com o calendário popular. O Concílio, ao renovar o calendário da Igreja, propôs esta integração, mas na prática eles existem muitas vezes como realidades independentes, que acontecem paralelamente um ao outro. A própria CNBB, em 1980 solicitou ao CERIS, subsídios para a reflexão da Pastoral Litúrgica, no que se refere às expressões religiosas populares. Com esta finalidade, o sociólogo, Pedro Ribeiro de Oliveira, preparou um relatório sobre Expressões Religiosas Populares e Liturgia, dedicando o HI capítulo ao calendário religioso e sua articulação com a liturgia da Igreja.
Nestes últimos anos esse assunto vem se amadurecendo na medida em que a liturgia se abriu à vida do povo e colocou como desafio importante a mútua fecundação entre piedade populares liturgia. Recentemente retomamos essa conversa sobretudo em nossas reuniões no centro de liturgia em São Paulo e chegamos a conclusões importantes no sentido de oferecer um subsídio, o mais possível concreto, para as equipes de liturgia. Trata-se na verdade de integrar três calendários: O calendário litúrgico com os seus ciclos, festas e santoral; o calendário pastoral, marcado pela CF, pelos meses
temáticos, com suas datas, atividades, celebrações especiais e comemorações; e o calendário do catolicismo popular, com seus festejos próprios e uma variedade imensa de expressões conforme as datas de celebração dos santos de devoção.
Pe. Domingos Ormonde, procurou concretizar as idéias e sugestões que foram surgindo ao longo da reflexão do grupo. Resultou deste minucioso trabalho duas ferramentas básicas: o diretório e o cartaz. O diretório reúne um conjunto de informações referentes aos 3 calendários e deverá ser adaptado e completado de acordo com o que é próprio de cada comunidade local . O cartaz visualiza num quadro, o ano 1993, tendo como pano de fundo as celebrações maiores, comuns a todas as comunidades cristãs. O ponto de partida é o Ano Litúrgico que deve ser inculturado de acordo com as tradições de cada região.
Neste número de nossa revista o primeiro artigo traz uma série de orientações importantes para a compreensão e o uso do cartaz e do diretório. Frei José Ariovaldo nos ajuda a refletir sobre o sentido de um calendário litúrgico na atual caminhada da Igreja. (O cartaz é publicado à parte, veja miniatura na capa desta revista). Esperamos que este trabalho seja de efetiva ajuda no planejamento pastoral de nossas comunidades.
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