Vocês devem ter acompanhado e muitos até participaram do grande encontro de Santa Maria que reuniu cerca de 3.000 pessoas no 8º Intereclesial. Viveram de alguma maneira a alegria desta confraternização entre comunidades católicas de base de todos os recantos do país, representantes de diversas Igrejas evangélicas e de algumas religiões. De fato, foram 4 dias de intensa convivência, de aprofundamento da fé comum, de busca de
caminhos alternativos para os grandes problemas que enfrentamos dentro de nossas Igrejas e na sociedade.
Quem participou deste ou de algum outro Intereclesial, pode sentir como esses encontros são uma espécie de “espaço sagrado” onde ensaiamos a Igreja que queremos sere a sociedade que sonhamos. Em Santa Maria, pudemos experimentar isso de várias maneiras, através da organização do encontro, dos serviços em mutirão, dos debates, da participação efetiva de todos, da reciclagem do lixo…
E a liturgia? Alguém definiu os Intereclesiais como um grande momento de laboratório litúrgico, onde se procura fazer liturgia de um jeito novo, coerente com o modo novo de ser Igreja e de viver a fé aqui na América Latina. Em Santa Maria isso se fez sentir através da busca de um maior diálogo com as culturas oprimidas, representadas pelas mulheres, pelos negros, pelos índios, pelos trabalhadores e pelos migrantes. Vimos como
esse diálogo nem sempre é fácil. Sobretudo com relação aos negros, houve impasses que revelam o quanto a Igreja católica está longe de reconhecer que no Brasil o seu rosto tem traços profundamente afros.
Nesta edição de nossa revista queremos relembrar e partilhar com vocês alguns elementos mais significativos que emergiram das celebrações de Santa Maria e o que isso representa para as comunidades pobres de nossas Igrejas. E que o “Deus de nossos pais, que vem recebendo tantos nomes carinhosos: Tupã, Olorum, Elohin, Pai, Mãe, Pachamama…” derrame sua bênção e realize no meio de nós uma nova Páscoa e um novo Pentecostes. Que nos faça voltar ao espírito do êxodo e do ano da graça do Senhor e nos dê a alegria de poder cantar, já nesta terra, o cântico novo dos libertados.
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