A Igreja Latino-americana voltou a se reunir em sua IV Assembléia Geral, desta vez em Santo Domingo, capital da República Dominicana. Acompanhamos o evento “com o coração na mão”, pois havia muito receio de que houvesse retrocesso com relação à caminhada Medellin- Puebla. Graças a Deus a opção foi confirmada e novos rumos indicados.
Traçando os caminhos da ação pastoral da Igreja no continente, a Conferência de Santo Domingo deu ênfase à questão da cultura, assumindo sobretudo o compromisso com as culturas oprimidas. É uma questão que exige da Igreja uma nova evangelização, e consequentemente uma nova liturgia.
Santo Domingo representa a consagração dos grandes esforços da pastoral litúrgica destes anos pós-Medellin, em busca de uma liturgia bem relacionada com a Vida, seja a vida cotidiana das pessoas e dos grupos, seja a vida vivida em seu contexto
maior, sócio-político e cultural.
A preocupação com a cultura já estava presente, alias, desde o Concílio Vaticano II, quando se expressou o desejo de não “impor formas rígidas” e se falou de respeitar “as qualidades e dotes de espírito das várias raças e povos”, bem como das
“legitimas variações e adaptações aos vários grupos étnicos, regiões e povos” (Cf SC 37-38).
Agora, Santo Domingo vem acentuar esta questão, assumindo os desafios colocados pelas culturas que foram historicamente
massacradas. Assume uma posição aberta sobre a inculturação da liturgia, apontando para o diálogo concreto com a cultura dos “excluídos”: os negros, os índios, os jovens as mulheres…
Resta agora o desafio de levarmos adiante as propostas contidas no Documento Final, realizando em nossas celebrações o que já é possível, a começar pelo dia-a-dia de nossas comunidades.
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