“Quando nasce uma criança entre nós, muita gente, ainda, pensa 66 logo em batizá-la… Os pais têm suas razões: querem que seu filho ou filha seja uma pessoa cristã”… receba a bênção de Deus… querem vê-la livre de influências maléficas, dos maus espíritos, do mau olhado… querem que cresça sadia ou fique boa de alguma doença… buscam amparo e proteção ou então querem expressar apreço e gratidão, mediante os padrinhos… querem dar continuidade à tradição religiosa que vem dos avós… querem, quem sabe, quanta coisa… Querem alguma coisa de sério, que é importante ajudá-los a identificar com mais precisão e profundidade… sobretudo, porque atrás daquilo que eles formulam com palavras há alguma coisa de mais profundo e verdadeiro, que eles não conseguem dizer claramente… por trás de desejos ou interesses imediatos escondem-se, muitas vezes, anseios e aspirações, que só um ouvido atento, que sonda até os corações, consegue perceber (…) Tudo isso precisa ser levado muito a sério, se queremos estabelecer um diálogo profundo com as pessoas, a partir de sua vida, dos seus valores, da sua fome e sede de Justiça…” (Reginaldo Veloso).
A Pastoral do Batismo tem procurado cumprir esta missão em nossas comunidades, com um investimento especial na preparação de pais e padrinhos. Nossa Revista dedica este número a essa preparação das famílias para o batismo das crianças. O Pe. Domingos Ormonde, da Diocese de Duque de Caxias, RJ, partilha conosco sua pesquisa e experiência. Ele reúne uma
série de informações, partindo de exemplos concretos como o da Comunidade do Morro da Conceição em Recife.
Propõe elementos de avaliação e de método, que nos apontam caminhos de superação de um modelo de pastoral do batismo, por demais doutrinal e moralista. Lembra que a preparação supõe uma atitude de profunda escuta e se constitui num tempo de aprofundamento deste desejo do pai e da mãe, de garantir às suas crianças a continuidade da vida, além do espaço familiar.
O ponto de partida deve ser a vida, com tudo o que ela tem de angústia e de sofrimento, mas também de desejo de Deus e de felicidade. O ensinamento deve acontecer na forma de partilha dos tesouros da fé, num clima de convivência e de oração.
A partir da catequese batismal do Morro da Conceição em Recife, propomos um conjunto de cartazes, com desenhos de Edmar Oliveira, como subsídios a serem usados nos encontros de preparação. Este número da Revista quer ser um instrumento de apoio para as equipes de Batismo, que, em tantas comunidades do Brasil procuram um estilo de preparação mais vivencial e mais litúrgico.
Avaliações
Não há avaliações ainda.