Revista de Liturgia Edição 127 – Celebrando a Páscoa

Neste ano, quando a lua cheia de abril pintar no céu será a Páscoa!
A lua… grávida de encanto e de magia…
luminosa, companheira, misteriosamente amiga…
despertando no íntimo dos corações sentimentos e saudades…
estará no céu, como sinal da festa que se anuncia:
A Páscoa! Tão mágica e tão luminosa como a lua!
Uma vez mais, reunamos nossas forças e as razões secretas
de nossa esperança, para acender a fogueira, relembrar a história
e cantar “aleluia!”…
“Não ainda para gozar de nosso repouso, mas para alegrar o nosso fardo”,
como ensinava o grande pai Agostinho.
Dando a esta festa uma dimensão cósmica, universal,
alarguemos nossos corações para a comunhão de todas as crenças,
de todas as energias, de todas as lutas…
E então, deixemo-nos banhar pela luz da Páscoa, pois
“os raios sagrados da luz do Cristo brilham,
as chamas do Espírito se levantam e os tesouros, de glória e claridade, são abertos.
A noite imensa e escura chega ao fim,
as tenebrosas sombras dissipam-se,
a sombra triste da morte é esquecida…
A vida se estende sobre todos os seres
e todos os seres são tomados por esta luz.
O Oriente dos orientes ocupa o universo,
aquele que era antes da estrela da manhã e antes dos astros,
o grande Cristo imortal e imenso brilhou sobre todos os seres mais que o Sol.
Em todos nós que cremos nele, começa um dia de luz, longo, eterno,
que não se apaga. É a Páscoa do coração!
Celebrada em figura pela Lei e realizada plenamente pelo Cristo,
é a Páscoa maravilhosa! Maravilha da virtude de Deus,
obra da força de Deus, festa verdadeira e acontecimento inesquecível!
Um não sofrer que vem do sofrimento, uma vida que sai do túmulo,
uma cura que vem do ferimento, um levantar que nasce da queda
e uma subida que vem da descida aos infernos.
(…) Ó festa espiritual! Ó Páscoa de Deus que desce dos céus
até a terra e que volta a subir da terra aos céus.
Ó solenidade nova e universal, assembléia de toda criação!
Alegria e honra do universo, seu alimento e suas delícias!
Graças a ti, as trevas da morte foram destruídas
e a vida se estendeu a todas as coisas.
Graças a ti, as portas do inferno foram arrebentadas e as cadeias de ferro foram
quebradas.
(… JE os cantos foram devolvidos à terra.
Ó Páscoa de Deus!
O Deus do céu, em sua generosidade, uniu-se a nós, no Espírito.
Graças a ti, a grande sala da festa do casamento encheu-se de convidados.
(…) Graças a ti, a chama dos corações não se apagará mais”. (Pseudo Hipólito, homilia
pascal, 1.62)