Descrição

A modernidade nos trouxe o progresso e, com ele, uma mudança profunda em todas as dimensões da vida humana. Mudanças positivas no modo de pensar o mundo e a própria vida, de lidar com a liberdade, com a autonomia, com o anonimato, com a emancipação… Mas o progresso trouxe junto o seu preço. Entusiasmados com as façanhas da razão, fomos nos privando da relação com a natureza e com o mito, com o símbolo e a religião. A tradição deixou de ser referência para o indivíduo,
que se tornou centro para si mesmo. O progresso parecia ir ao encontro da pessoa, mas o que se sente como gritante é a fragmentação. De repente, uma reação vinda de todas as partes, uma reviravolta no âmbito internacional: a subjetividade sim, mas agora como “retorno ao centro”, como busca de unificação… A religião, agora fora do âmbito das instituições, de novo volta a ter seu papel… Em nossas igrejas, os últimos anos foram profundamente marcados pelos avanços teológicos, pelas transformações ocorridas tanto no interior das comunidades, como na sua relação com o mundo e com os processos históricos emergentes. Fomos convidados a participar na política e a contribuir nos movimentos de libertação. O culto passou a ter papel fundamental na luta pela vida. Tudo isso foi decisivo. Mas, aí também, as urgências históricas em torno da sobrevivência puseram na penumbra a subjetividade. Também em nossas comunidades se reclama, hoje, uma liturgia que, sem perder a relação com a história, ajude as pessoas a retornarem ao seu centro, a terem uma relação mais gratuita com Deus, com a natureza, com os irmãos… A dureza da luta exige mais ainda a afeição e a ternura, para que, junto com uma nova sociedade, cresça o homem novo e a mulher nova. É neste contexto que se situa toda busca de espiritualidade e de mística… Nossa revista se propõe, neste número e no próximo, conversar com vocês sobre a relação que há entre liturgia e espiritualidade. Não temos a pretensão de fazer um estudo sistemático. Trata-se de uma série de depoimentos, experiências, reflexões e sugestões pastorais que nos ajudarão a compreender melhor a questão e a investir muito mais numa liturgia que, fiel à tradição das origens e incorporando em seus ritos as riquezas espirituais do nosso tempo, se torne uma referência importante para cada pessoa e para as comunidades em sua busca de Deus e em sua consagração ao Reino.

Informação adicional
Ano

1996

Mês

Maio

,

Junho

Tipo de Revista

Digital

SUMARIO

SUMARIO

Editorial. Pág.3

Liturgia das Estradas
Arturo Paoli. Pág.4

Culto publico e a busca de Deus
Rabino Henry I. Sobel. Pág.6

Entrevista com Dom Pierre Mouallem. Pág.7

Entrevista com “Yakekerê” Raildete. Pág.10

Dia do Senhor
Penha Carpanedo e Marcelo Guimarães. Pág.11

Espiritualidade Litùrgica
Penha Carpanedo. Pág.27

Festa do transe
Marcelo Barros. Pág.32

Retiro a partir da liturgia
Eunice Luna Macedo. Pág.33

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