Daqui a algumas semanas estaremos iniciando o caminho quaresmal rumo à páscoa da ressurreição. Cronologicamente é
um tempo como todos os tempos, mas, para as comunidades que crêem em Jesus, a quaresma chega a cada ano carregada
de sentido e nos coloca em direção ao deserto, para refazer a aliança com o Senhor e a mística do primeiro amor. É tempo de reacender o desejo de Deus em nosso coração e de retomar o caminho da misericórdia.
A quaresma é o tempo oportuno para que as comunidades, e cada pessoa em seu caminho de busca espiritual, corrijam
erros de trajetória, aprofundem a unidade entre seus membros, retomem a dimensão ética da fé, abram-se ao diferente e realizem sinais concretos de solidariedade como expressões de conversão e da busca de Deus. Estes santos dias de retiro pascal oferecem um ambiente próprio para a e da intensificar a caminhada para Deus como resposta à sua graça e ao fato de ele nos ter procurado primeiro.
As comunidades, no fervor de esperar a páscoa como a festa do coração, gostam de celebrar a penitência como sinal de conversão e de uma atitude nova perante Deus e perante a vida. Vivem as celebrações penitenciais, não como algo que deprime, mas como expressão do reencontro com o Pai que nos devolve a dignidade e nos reveste da roupa nova de festa. É um momento de discernimento entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, justamente para que a luz prevaleça e se faça claridade em
nossos caminhos. Por ser um sacramento de discernimento, torna-se importante o caráter comunitário das celebrações penitenciais, de modo que não é o indivíduo que se coloca diante de Deus, mas a comunidade na qual a pessoa está inserida.
A nossa revista, trazendo o tema da penitência neste primeiro número do ano, quer oferecer às equipes de celebração algum
elemento que lhes sirva de apoio para preparar as celebrações penitenciais. Quer ser de ajuda para que cada celebração
penitencial se caracterize por um clima de alegria, a alegria da criança que corre para os braços do pai, confiante no seu amor e no seu perdão. A penitência é entregar-se ao abraço amoroso do Pai, como fez o filho pródigo, libertado das amarguras de suas próprias irresponsabilidades.
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