Revista de Liturgia Edição 98 – Celebremos nossa Páscoa

Estamos entrando na grande festa do Ano Litúrgico na qual as comunidades cristãs celebram o Mistério da Morte-Sepultura-Ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado. A festa da Páscoa, precedida por 5 semanas de preparação, se prolonga por cinquenta dias de alegria, culminando na festa de Pentecostes.
A vivência religiosa do povo pobre, carregou de maior sentido a Quaresma e a parte do Tríduo mais ligada à paixão e à sepultura do Senhor.
O povo, em seu sofrimento e miséria se identificou de modo especial com o servo sofredor, condenado à morte.
Por outro lado, as comunidades populares, nestes últimos 25 anos, têm descoberto, no reencontro com a Bíblia, lida e meditada a partir da realidade, que o nosso Deus é o Deus da libertação, que não quer nem a dor, nem a morte. Esta nova visão de Deus e de Salvação pede de nós um novo jeito de viver a fé, cujo centro é o mistério pascal de Cristo que morreu e ressuscitou para nos livrar de toda escravidão e pecado. À nossa fé — diz Santo Agostinho — é “crer que Ele está ressuscitado”.
É isso o que celebramos de modo mais intenso durante o Tríduo Pascal e durante os cinquenta dias de Páscoa.
Na Quaresma o Senhor nos convida a uma real mudança de atitude, a uma verdadeira passagem do pecado para a comunhão com Deus e o convívio dos irmãos e irmãs.
A Campanha da Fraternidade propõe neste ano que o nosso esforço comunitário de conversão, seja uma busca sincera de valorização e reconhecimento do papel da mulher em casa, na Igreja, na vida social… O seguimento de Jesus em seu deserto e em sua paixão empenha a todos nós, homens e mulheres, nesta luta pela dignidade que o Pai imprimiu na mulher que Ele criou igual ao homem desde o princípio.