Comissão reunida na sede da CNBB, em Brasília (DF).
Foto: Matheus de Souza/CNBB
Texto: CNBB

 

A Comissão instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para refletir sobre as orientações da celebração da Palavra esteve reunida durante essa semana na sede da entidade, em Brasília (DF), com uma proposta de texto para um documento atualizado. Antes composta por um grupo que estudava a temática do “Ministério” e outro que estudava a questão da “Celebração da Palavra”, agora eles se uniram e formam um só.

 

Dom Geraldo Lyrio Rocha, atual presidente da comissão justifica que essa mudança se fez necessária por questões de integração entre os dois temas. “Essa decisão foi tomada durante a 55ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em 2017. Lá o episcopado achou por bem integrar os dois grupos e transformá-lo em um só, resultando na formação de uma única Comissão”, argumenta.

 

A atualização das orientações para a celebração da Palavra tem como base o Documento 52 da CNBB, aprovado durante a 32ª Assembleia Geral da CNBB, em 1994. Nele, a celebração da Palavra é definida como um ato litúrgico reconhecido e incentivado pela Igreja. “Nosso objetivo é atualizar o Documento e aprofundar a reflexão sobre o ministério confiado a leigos e leigas para o anúncio e a celebração da Palavra de Deus”, afirma dom Geraldo.

 

Para o bispo de Itaituba (PA), dom Wilmar Santin, a atualização se faz necessária uma vez que trará uma base sólida para a formação dos ministros. “Vai ser uma ajuda inestimável para todos os ministros tanto da eucaristia, como da celebração da Palavra”, comenta. Para ele, o Documento é uma orientação segura de como fazer as celebrações. “É fundamental onde não há missa que se faça a celebração da Palavra”, garante.

 

Ato sacramental

 

O Documento 52 da CNBB afirma que as celebrações da Palavra de Deus não são uma criação das últimas décadas, mas fazem parte da tradição da Igreja. No texto é possível identificar uma de suas finalidades: a de  assegurar às comunidades cristãs a possibilidade de se reunir no domingo e nas festas, tendo a preocupação de inserir suas reuniões na celebração do ano litúrgico e de as relacionar com as comunidades que celebram a Eucaristia.

 

O bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), dom Armando Bucciol define liturgicamente a celebração da Palavra como um ato sacramental. “Antes de tudo a celebração da Palavra tem um valor sacramental, isto é, uma experiência de encontro com Jesus Cristo vivo, com Deus que fala ao seu povo, portanto, celebrar a Palavra é uma experiência de comunhão profunda com Deus”, garante o bispo. “A Palavra deve ser escutada com muita atenção, em silêncio e com uma abertura não só mental, mas espiritual para ouvir o que Deus tem a nos dizer a cada hora”, completa dom Armando.

 

Entre os próximos passos da Comissão está o de levar as considerações feitas pelos membros para a apreciação do Conselho Permanente da CNBB. “Somente o Conselho Permanente poderá aprovar as atualizações feitas por nós. Nosso trabalho tem sido intenso”, garante dom Geraldo Lyrio Rocha.

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