Continuamos nossa agenda sobre o novo Missal Romano, à espera da versão brasileira, referente à terceira edição típica, publicada em 2002. Trata-se de uma tarefa necessária e muito oportuna, que se justifica pela importância tanto desse ritual como de sua instrução.
Mergulhar nesse livro de oração do povo de Deus é retomar os grandes propósitos da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II e,igualmente, a sua recepção. O Concílio reabilitou o povo dos batizados como sujeito eclesial e, portanto, como protagonista na ação litúrgica, superando séculos de não participação e de impossibilidade de beber da fonte primeira da sua fé.
A Liturgia é norma da fé da Igreja e fonte de sua vida. Por ser dela guardiã e transmissora, a Igreja consigna, nos livros litúrgicos – especialmente no Missal – a consolidada experiência de penetrar o Mistério e realizar a fé, o que faz por meio de ritos e preces (cf. SC 48). O Missal e os demais livros litúrgicos são recebidos pelas comunidades como um “modelo da prática”, cuja realização, fielmente criativa, em cada assembleia local, introduz os seus membros no coração da vida divina. Sendo berço também da catequese, permite-lhes a compreensão do mesmo Mistério e a transformação da conduta de vida em conformidade com o evento celebrado. Eis porque cuidar da liturgia é decisivo para manter viva a fé do povo de Deus ditada pelo Evangelho de Jesus.
Ritos e preces compreendem as orações, as leituras bíblicas, o canto, as ações e o espaço, aspectos que são conjugados dentro de um programa que reúne, de forma orgânica, todos os códigos comunicativos necessários à transmissão da fé. No processo ritual, estruturado, no livro litúrgico, como típico, característica que o torna modelo para as igrejas locais, recebe destaque o espaço, elemento que congrega e orienta os irmãos e irmãs em oração, possibilitando a visibilidade, o movimento, a escuta, a resposta e a interação nos gestos e preces.
Por isso, ao lado do estudo sobre o Missal como “modelo da prática”, destacamos, nesta edição, o relato da construção de um espaço, o qual foi erguido com a precisão e a largueza que requer a ação ritual
e festiva do memorial pascal do Senhor. É uma imagem iconográfica da Igreja que acolhe, na tenda da Transfiguração do seu Senhor, a comunidade em oração, “que caminha pelas estradas do mundo rumo ao céu”.
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