Na Sexta-feira santa pela manhã, recomenda-se a celebração do Ofício Divino, com seus salmos e cânticos que nos ajudam a contemplar a paixão do Senhor. Oferecemos aqui uma proposta conforme o Ofício Divino das Comunidades, em programa de áudio podcast que permite cada pessoa ou grupo, escolher o horário da sua oração. O roteiro escrito também pode ser baixado.

  1. CHEGADA – oração pessoal
    Deus Santo, Deus santo e forte, Deus santo e imortal, piedade de nós.
  2. ABERTURA – De pé fazendo sinal da cruz sobre o primeiro verso
  • Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar. (bis)
    Vem não demores mais, vem nos libertar. (bis)
  • Ó Deus santo e forte, imortal, Senhor. (bis)
    Tem compaixão de nós, por teu grande amor. (bis)
  • Cristo é o Cordeiro que foi imolado, (bis)
    o seu louvor agora seja entoado. (bis)
  1. RECORDAÇÃO DA PAIXÃO
    Da casa de Caifás levaram Jesus para o palácio do governador. Era de manhã. Os judeus não entraram no palácio para não se contaminarem e assim poderem celebrar a Páscoa (cf. João 18,28).
  2. SALMO 31(30)
    Pai, tudo está consumado. Em tuas mãos entrego o meu espírito (Lucas 23,46).
    Eu me entrego, Senhor, em tuas mãos
    e espero pela tua salvação!
  3. Junto de ti, ó Senhor, eu me abrigo,
    não tenha eu de que me envergonhar;
    por tua justiça me salva e teu ouvido
    ouça meu grito: “Vem logo libertar!”
  4. Sê para mim um rochedo firme e forte,
    uma muralha que sempre me proteja;
    por tua honra, Senhor, vem conduzir-me,
    vem desatar-me, és minha fortaleza!
  5. Em tuas mãos eu entrego o meu espírito,
    ó Senhor Deus, és tu quem me vai salvar;
    tu não suportas quem serve a falsos deuses,
    somente em ti, ó Senhor, vou confiar!
  6. Por teu amor vou dançar de alegria,
    pois bem que olhaste pra minha opressão;
    não me entregaste nas mãos do inimigo,
    meus pés firmaste em boa posição.
  7. Meus opressores são tantos, que eu me acanho,
    de mim se enojam vizinhos e amigos;
    quem me encontra na rua vira a cara,
    sou feito um traste, de todos esquecido.
  8. Por toda parte ouço gente cochichando,
    apavorado não sei pr’onde correr;
    eles se juntam e contra mim conspiram,
    estão tramando, já sei que vou morrer…
  9. De minha parte, Senhor, em ti confio,
    tu és meu Deus, meu destino, em tuas mãos!
    Vem libertar-me de quantos me perseguem,
    por teu amor, faz brilhar tua salvação!
  10. Não me envergonho, Senhor, de te implorar,
    envergonhados eu veja os malfazejos,
    emudecidos na região dos mortos,
    quem contra o justo só fala com desprezo!
  11. Oh! Como é grande, Senhor, tua bondade!
    Publicamente abençoas quem te busca;
    tu os escondes em tua própria tenda,
    e das más línguas e intrigas os ocultas.
  12. Bendito seja o Senhor que tanto fez,
    em meu favor maravilhas operou!
    Em minha angústia dizia: “Excluiu-me!”
    Mas tu ouviste meu grito e meu clamor.
  13. Amai a Deus! O Senhor guarda os fiéis!
    Vão pagar caro os soberbos, seus rivais!…
    De coração sede firmes, corajosos,
    vós todos que no Senhor sempre esperais!
  14. Glória a Deus Pai porque tanto nos amou,
    glória a Jesus que se deu por nosso bem,
    glória ao Divino, que é fonte deste amor,
    nós damos glória agora e sempre. Amém!
    Medite no coração as palavras do salmo…
  15. CÂNTICO AT – Lamentações de Jeremias
    Nesta memória da Paixão do Senhor, nós retomamos as lamentações de Jeremias sobre Jerusalém no seu desterro, que prefiguram a Paixão e o aniquilamento de Cristo. Nós ouvimos estas lamentações em comunhão solidária com povos e pessoas que se encontram em situação semelhante.
    Introdução:
    Meu povo preste atenção / Ao canto que eu vou cantar,
    No tempo de Jeremias / Tamanho foi meu penar
    Que estas lamentações / De “A” a “Z” vou cantar:
    Diz um “A”, diz um “A”, diz um “A”:
    Ah! Como está tão deserta / Quem era tão povoada;
    Parece pobre viúva / Quem antes se orgulhava;
    Rainha entre as nações, / Hoje ao imposto obrigada!
    Diz um “BÊ”, diz um “BÊ”, diz um “BÊ”:
    Banhadas ‘stão suas faces,/ Corre o pranto a noite toda,
    Daqueles que a amavam, / Já ninguém mais a consola;
    Dos seus amigos traída, / São inimigos agora.
    Diz um “CÊ”, diz um “CÊ”, diz um “CÊ”:
    Cercou Judá a vergonha, / Escrava foi desterrada,
    Em terra estranha hoje mora / Sem paz, sem lar, sem pousada;
    Aqueles que a perseguem / Agarram-na sufocada.
    Diz um “DÊ”, diz um “diz um “DÊ”, diz um “DÊ”:
    De luto estão as estradas / Que rumam para Sião,
    A suas festas, quem vem?… / Suas portas, que solidão!
    Seus sacerdotes, suas jovens, / Toda a cidade, aflição!
    Diz um “E”, diz um “E”, diz um “E”:
    Ei-los felizes, tranquilos, / Os que de Sião se apossaram,
    Pois o Senhor a castiga, / Seus crimes o provocaram,
    Cativos, todos seus filhos / Os opressores levaram.
    Jerusalém, Jerusalém,
    volta para teu senhor, volta para teu senhor!
    Diz u “FÊ”, diz um “FÊ”, diz um “FÊ”:
    Fenece toda a beleza, / Sião, tão desfigurada,
    Seus chefes são cães sem dono, / Parecem rês enxotada,
    Caminham cambaleantes, / Tocados qual vil manada.
    Diz um “GUÊ”, diz um “GUÊ”, diz um “GUÊ”:
    Gravados em sua lembrança, Dias de grande aflição, Quando seu povo caía / Dos inimigos nas mãos,
    E ninguém a socorria / E grande era a gozação.
    Diz um “HAGÁ”, diz um “HAGÁ”, diz um “HAGÁ”:
    Havia graves pecados, / Jerusalém, quem os fez!
    Quem antes muito a gabava, / Cospe-lhe agora a nudez;
    Gemendo, o rosto entre as mãos, / Tenta esconder sua tez.
    Diz um “I”, diz um “I”, diz um “I”:
    Impuras são suas vestes, / Não quis pensar no depois;
    Hoje enterrada na lama, / Quem consolava se foi…
    “Senhor, vê meu sofrimento, / quanto o inimigo me dói!”
    Diz um “JI”, diz um “JI”, diz um “JI”:
    Jazem seus ricos tesouros / Nas mãos dos seus adversários;
    Pasmada viu os pagãos / Entrar em seu Santuário,
    gente por ti proibida / De orar no encontro sagrado.
    Jerusalém, Jerusalém,
    volta para teu senhor, volta para teu senhor!
    Diz um “LÊ”, diz um “LÊ”, diz um “LÊ”:
    Lamenta o povo e geme / Por um pedaço de pão;
    Entrega todas suas jóias / Por sua sustentação…
    “Senhor, vê até que ponto / chegou minha humilhação!”
    Diz um “MÊ”, diz um “MÊ, diz um MÊ”:
    Meditem vocês que passam / Pelo caminho que eu vou,
    Me digam, vocês me digam / Se há dor como a minha dor…
    E vejam como maltratam / Quem o Senhor castigou!
    Diz um “NÊ”, diz um “NÊ”, diz um “NÊ”:
    Nestes meus ossos um fogo / Do alto ele ateou,
    Armou-me uma esparrela / E para trás me passou,
    E qual cidade arrasada, / Na solidão me deixou.
    Diz um “O”, diz um “O”, diz um “O”:
    Oh! Como pesa em meu dorso / Das minhas culpas o fardo,
    Que o Senhor amarrou, / Nos ombros meus pendurado;
    Entregue aos inimigos, / Um pobre traste encurvado.
    Diz um “PÊ”, diz um “PÊ”, diz um “PÊ”:
    Pegou meus caros valentes, / Para bem longe os mandou;
    Para matar meus soldados / U’a multidão convocou;
    E a capital de Judá, / Bela donzela esmagou.
    Diz um “QUÊ”, diz um “QUÊ”, diz um “QUÊ”:
    Que grande pranto que eu choro, / Meus olhos são água só;
    Quem me conforta está longe, / Quem de mim sentia dó;
    Meus filhos estão perdidos, / Venceu o forte, o maior…
    Jerusalém, Jerusalém,
    volta para teu senhor, volta para teu senhor!
    Diz um “RÊ”, diz um “RÊ”, diz um “RÊ”:
    Reza de mãos estendidas / Sião, sem consolação;
    Manda o Senhor inimigos / Acurralar a nação;
    Jerusalém para eles / É lixo e podridão!
    Diz um “SI”, diz um “SI”, diz um “SI”:
    Sim, justo é o Senhor, / Pois lhe desobedeci;
    Vejam vocês, povos todos, / A dor que eu mereci:
    Ver minhas filhas, meus filhos / No cativeiro, eu vi!
    Diz um “TÊ”, diz um “TÊ”, diz um “TÊ”:
    Tentei chamar meus amantes, / Mas foram só falsidade;
    Meus anciãos, sacerdotes, / Morreram foi na cidade,
    Quando buscavam comida, / Passando necessidade.
    Diz um “VÊ”, diz um “VÊ, diz um “VÊ”:
    Vê, Senhor, minha tristeza, / Minhas entranhas remoem,
    Meu coração se perturba, / Pois não cumpri tua ordem;
    Na rua matam meus filhos, / Em casa todos já morrem.
    Diz um “XIS”, diz um XIS”, diz um XIS”:
    “XIS”é o mistério da dor, / Gemer sem consolação;
    Meus inimigos me escutam, / Fazem de mim gozação;
    Meu dia já consumaste, / O deles logo verão!…
    Diz um “ZÊ”, diz um “ZÊ”, diz um “ZÊ”:
    Zela tão bem no castigo / Que a eles vais aplicar,
    Como soubeste punir-me / Por todo este pecar;
    Sem conta são meus gemidos, / Meu coração a parar…
    Jerusalém, Jerusalém,
    volta para teu senhor, volta para teu senhor!
  16. SALMO 22(21)
    Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice (Mt 26,39).
    Meu Deus, ó meu Deus, por que me abandonaste?…
  17. Meu Deus, ó meu Deus, por que me abandonaste?
    Não acha este traste paz em seu lamento.
    De dia eu não aguento de tanto chorar,
    de noite a gritar e sem ter alento.
  18. E tu que estás no trono assentado,
    os pais no passado em ti confiavam;
    quando eles chamavam, eram libertados,
    assim confiados, não se envergonhavam.
  19. Mas eu sou um verme, um ente sem graça,
    motivo nas praças de riso e galhofa;
    e dizem com mofa: que Deus o liberte
    e o desaperte, se dele inda gosta.
  20. Por ti fui formado no ventre materno
    e co’amor tão terno, eu fui aleitado,
    a ti consagrado bem pequenininho,
    e, hoje, sozinho e tão angustiado.
  21. Me sinto cercado de touros ferozes,
    me atacam atrozes, parecem leões;
    já se decompõe minh’alma partida,
    qual cera vertida é meu coração.
  22. Já sinto na goela o gosto da morte,
    jogado à sorte de cães tão malvados,
    em bandos irados, que eu perdi a fala,
    minha boca se cala, ninguém do meu lado.
  23. Furaram minhas mãos, cravaram meus pés,
    meus ossos de vez eu posso contar;
    pessoas a olhar, mexendo as cabeças,
    minhas vestes sorteiam e se põem a zombar.
  24. Porém, meu Senhor, não fiques de fora!
    Me livra da hora, da facada certa!
    Dos dentes das feras, do lobo feroz,
    da ira do algoz, minha vida liberta.
  25. Vou anunciar teu nome aos irmãos
    e na reunião de ti vou falar.
    Quem com Deus está, entoe o estribilho,
    Jacó e seus filhos num eterno cantar!
  26. Deus não desprezou o pobre coitado,
    ficou do seu lado e ouviu seu clamor;
    a ti meu louvor em frente do povo,
    renovo de novo meus votos de amor.
  27. Os pobres famintos verão a fartura,
    numa terra futura a Deus louvarão!
    E os povos, então, de terras distantes,
    alegres, confiantes, pra ti voltarão.
  28. És Rei e Senhor de todas as gentes,
    da terra os potentes te adorarão.
    A ti servirão os meus descendentes,
    que és justo, contentes, aos filhos dirão.
  29. A Deus demos glória, ao Pai Criador,
    e ao libertador, seu Filho Jesus!
    Ao Santo Espírito glorifiquemos,
    na fé celebremos a glória da cruz!
    Medite no coração as palavras do salmo…
  30. LEITURA BÍBLICA – Isaías 52, 13-15. 53,2-3:
    Leitura do Livro do Profeta Isaías. Ei-lo, o meu servo será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano –, do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. Diante do Senhor ele cresceu como broto de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olhar. Não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. A verdade é que ele tomava sobre si as nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, as nossas dores. Palavra do Senhor.
  31. RESPONSO
    S: Cristo, Cristo, Cristo.
    R: Cristo, Cristo, Cristo Jesus.
    S: Por nós obedeceu, por nós obedeceu, por nós obedeceu.
    R: Por nós obedeceu, por nós obedeceu, por nós obedeceu até a morte.
    S: Até à morte, até à morte, até a morte.
    R: Até à morte, até à morte, até a morte de cruz.
    Silêncio…
  32. PAI NOSSO
    Com amor e confiança, digamos juntos, pausadamente, a oração que o Senhor nos ensinou:
    Pai nosso… pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
    Oração
    Pai chegou a hora em que o teu Filho te glorifica, não permitas que as trevas dominem o nosso mundo. Faze que contemplando na cruz, o amor que venceu a morte, encontremos o caminho da concórdia e da paz. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
    Retirar-se em silêncio…

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