1. Aprofundando os textos bíblicos: Atos 12,1- 11; Salmo 34(33); 2Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19
Jesus, enquanto formava sua comunidade (16,13– 18,35), interpela os discípulos a proclamar quem é ele,
na opinião do povo e deles mesmos. O povo, que ouviu as palavras e testemunhou as ações realizadas por Jesus, considerava-o um enviado especial de Deus: João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta. Simão Pedro responde pela fé da comunidade, como Marta: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente (Jo 11,27). A revelação vem do Pai, da relação filial manifestada por Jesus e comunicada pelo Espírito à comunidade, que reconhece sua presença como Filho de Deus (14,33). Jesus é o Messias,
o Ungido que manifesta a esperança definitiva de salvação num contexto de submissão imperial. O anúncio da rejeição e morte de Jesus (16,21) é consequencia de sua missão a serviço da vida (20,28). A obra do Filho de Deus encarnado não está sujeita ao poder da morte. Cristo, a pedra rejeitada que se tornou a pedra angular (21,42), é o “vivente”, o fundamento da comunidade, da Igreja. Formada ao redor de Jesus e de sua palavra e ação, a comunidade deve testemunhá-lo através da adesão viva. As chaves do Reino dos Céus remete a Is 22,22, texto aplicado a Cristo (Ap 3,7) que espera o comprometimento
de seus seguidores, a fim de que todos tenham acesso ao reinado de justiça e fraternidade. A leitura dos Atos revela o agir de Deus na libertação de Pedro, vítima das forças do mal contra a Igreja. A leitura de 2Timóteo, como um testamento, recorda a plena dedicação de Paulo no anuncio da Boa Nova a todos os povos e a certeza da recompensa do Senhor, diante da esperada iminência da morte.
2. A palavra na vida
Com os mártires Pedro e Paulo fazemos memória de tantas vidas doadas por causa do Evangelho. Santo
Agostinho lembra que as palavras desses apóstolos espalharam-se até os confins do mundo. Eles viveram o que pregaram, confessaram e morreram pela verdade.
3. A palavra na celebração
Celebramos hoje a solenidade de São Pedro e São Paulo, tão diferentes entre si, porém unidos pelo evangelho e pela graças do martírio. Que o Senhor dê à Igreja, o discernimento do Espírito, para compreender o que deve dizer, e determinação para a radicalidade evangélica.