CELEBRAR EM CASA
domingo da ressurreição de Lázaro
5º da quaresma, Ano A

Prepare um espaço com cadeiras em círculo, coloque no centro sobre um tecido de cor roxa a bíblia, a cruz, uma vela, convide as pessoas para se juntarem [mantendo a necessária distância]. Alguém acende a vela. Todos ficam em silêncio por algum tempo. A pessoa que vai presidir começa a celebração com os versos da abertura.

  1. ABERTURA
  • Quem preside canta, os demais repetem fazendo o sinal da cruz enquanto canta o primeiro verso:
  • Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar! (bis)
    Vem, não demores mais, vem nos libertar! (bis)
  • Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito, (bis)
    glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito. (bis)
  • Ao Senhor voltemos, bem de coração, (bis)
    que ele nos converta pelo seu perdão! (bis)
  1. RECORDAÇÃO DA VIDA
    A pessoa que coordena com breves palavras, introduz o sentido da celebração:
    Entremos nesta celebração com íntima gratidão pela graça que nos acompanha ao longo desta quaresma, purificando nossos corações e revigorando nossa fé em Jesus.
  2. SALMO – Cântico de Ezequiel 37
    “Jesus gritou bem forte: ‘Lázaro, sai para fora!’ O morto saiu” (Jo 11,43).
    Convoquemos o Espírito para libertar e restaurar a vida do povo de Deus. Que este canto nos anime na esperança.
  3. Imensa planície * juncada de ossos,
    coberta de mortos, * sem vida e calor!
    Ó, filho do homem, profere a palavra,
    que vem do Senhor! (bis)
  4. Os ossos ‘stão secos, * é morta a esperança,
    perdida tua herança, * escuta o clamor!
  5. O sopro da vida * reentre nos ossos:
    Levantem-se os mortos, * que a vida voltou!
  6. O espírito meu * em vós eu porei,
    dos túmulos saireis, * que a vida voltou!
    Oração silenciosa e repetição
  7. ORAÇÃO DO DIA
    Oremos ao Senhor… [Breve silêncio]
    Senhor, nosso Deus,
    dá-nos a graça de caminhar com alegria
    no mesmo amor que levou teu filho
    a entregar sua vida pela salvação da humanidade.
    Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
  8. LEITURA DO EVANGELHO – João 11,3-7.17.20-27.33b-45
  • Uma pessoa da casa faça pausadamente a leitura:
    Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
    Naquele tempo, 3as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”. 4Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. 5Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”. 17Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele to concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. 25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: ‘Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. 33bJesus ficou profundamente comovido 34e perguntou: “Onde o colocastes?” Responderam: “Vem ver, Senhor”. 35E Jesus chorou. 36Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!” 37Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?” 38De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. 39Disse Jesus: “Tirai a pedra!” Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”. 40Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” 41Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”. 43Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” 44O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!” 45Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. Palavra da Salvação.
  1. MEDITAÇÃO
  • Quem preside lê o texto abaixo e abre para a partilha do grupo:
    João estruturou de tal forma o seu evangelho que a narração da ressurreição de Lázaro ocupa o lugar do sétimo e último sinal onde Jesus manifesta a glória de Deus e realiza sua missão de dar vida ao mundo. As cenas estão cheias de alusões a esta passagem: dia e noite, luz do dia e luz da fé, dormir e morrer, vida e morte. O uso da frase “eu sou”, lembrando a revelação de Deus a Moisés na sarça ardente, expressa que, neste gesto de restituir a vida aos que são seus, Jesus torna-se a nova revelação do amor de Deus ao seu povo. Ao mesmo tempo, a ressurreição de Lázaro prefigura a ressurreição de Jesus. Note-se, por exemplo, o simbolismo dos panos, dos três dias e da pedra na entrada do túmulo. Paradoxalmente, este episódio da ressurreição de Lázaro torna-se o pretexto da morte de Jesus, tornando-se, assim, a introdução narrativa da sua paixão. O texto alcança o seu ponto alto, tal como nas narrativas da samaritana e do cego de nascença, na profissão de fé. É Marta quem se faz porta-voz de toda a comunidade dos fiéis ao proclamar: “Sim, Senhor, eu creio que és o Messias, aquele que devia vir ao mundo”.
    A ressurreição de Lázaro é parábola do caminho catecumenal e, consequentemente, da vida do discípulo(a), chamado(a) a passar do medo da morte para a liberdade de filho e filha de Deus. Não se trata apenas de um caminho intelectual ou de uma crença, mas de uma passagem total e de uma mudança de condição. A vida do batizado implica rupturas e mudanças radicais com determinadas práticas de vida, ao mesmo tempo em que ele é inserido numa nova comunidade de vida. A figura de Lázaro, preso dentro do sepulcro e amarrado em faixas, torna-se, assim, o protótipo do discípulo que, ao chamado de Jesus, precisa sair do seu mundo – e o sepulcro é uma imagem muito forte disto – para ganhar a vida. Neste processo, intervêm dois atores fundamentais. Em primeiro lugar, é claro, o próprio Cristo, que age e intercede junto do Pai e que, ao seu chamado, traz o morto para a vida. Mas também a comunidade, que avisa o Senhor do acontecido, que professa sua fé e que, por fim, desamarra o próprio Lázaro. Este último gesto é sinal da ação comunitária que contribui na caminhada de conversão e mudança dos seus membros.
    Esta passagem da morte à vida se cumpre no aqui e no agora da vida da comunidade reunida na liturgia. A ressurreição e a vida não são apenas esperanças que portamos para o futuro, mas realidades que atuam em nossas vidas e relações, das quais participamos desde agora. A celebração deste quinto domingo da quaresma, onde, por antiga tradição, se procede à última purificação daqueles que receberão os sacramentos da iniciação na páscoa, é ela mesma um sinal desta ação de Jesus que intercede ao Pai e nos chama à vida. Ao mesmo tempo, a comunidade dos crentes, retomando a profissão de fé de Marta, torna-se também ela um sinal sacramental da ressurreição de Jesus, preparando-se, todavia, para celebrar a paixão do Senhor.
  1. PRECES
    Com a íntima confiança no Deus vencedor da morte, elevemos a ele as nossas preces, dizendo:
    Senhor, dá-nos a vida.
  • Para que o progresso da ciência em prolongar e melhorar a vida seja sempre inspirado no bem da pessoa toda, oremos.
  • Pelas pessoas aniquiladas pelo desânimo e pela tristeza, para que descubram novo sentido da vida, oremos.
  • Pelas comunidades indígenas vítimas do abandono e da depredação de suas terras e dos seus rios, para que encontrem nos poderes públicos amparo e alternativa de sobrevivência, oremos.
    Preces espontâneas…
    Deus criador, escuta em nossos pedidos a voz do teu Espírito, e faze crescer em nós a vida que vem de ti. Por Cristo nosso Senhor. Amém.
  1. ORAÇÃO
    Deus da vida, por quem tudo existe,
    tu não deixas morrer em nós a vida que nos ofereces.
    Tu que, ao chamado de teu filho Jesus Cristo,
    fizeste Lázaro sair do túmulo,
    atende a nossa prece e devolve a vida
    aos teus filhos e filhas do mundo inteiro.
    Tem compaixão dos que choram seus mortos na guerra,
    tem piedade dos que lamentam os que se foram
    pela doença, fome e injustiça.
    Tira-nos da acomodação e omissão
    e faze-nos lutar firmemente
    pela vida em abundância para todos.
    Assim, na alegria e na solidariedade,
    caminharemos até a nova celebração da Páscoa
    de Jesus Cristo, teu filho amado e nosso Senhor,
    bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
  2. BÊNÇÃO
    O Deus da paz nos santifique totalmente, guarde-nos em seus caminhos até a Páscoa da ressurreição. Amém.
    Abençoe-nos o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Amém.

ORAÇÃO À MESA

Estando todos/as em torno da mesa , quem preside faz a oração:
Em nome do Pai e o Filho e o Espírito Santo. Amém.
Senhor Jesus, tantas vezes alegraste a casa de Betânia com tua presença e tua amizade, e foste acolhido por Marta, Maria e Lázaro. Sê tu o primeiro convidado em nossa mesa, faze que saibamos reconhecer-te entre nós e alegrar-nos com tua presença. A ti a glória e louvor. Amém.
Bendigamos ao Senhor. Demos graças a Deus.

Roteiro feito por: Penha Carpanedo, pddm. Desenho: Kelly de Oliveira

Baixe os áudios que estão no roteiro

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