O sábado santo é o Segundo dia do Tríduo pascal. Na sexta feira, é a memória da paixão e morte do Senhor, no sábado, a memória da sepultura, ou seja, sua descida à mansão dos mortos e, no terceiro dia, começando na vigília pascal, a memória da ressurreição do Senhor. Portanto, o sábado santo é dia que liga a comemoração da Cruz, ao dia da Ressurreição. É o dia em que a vitória germina de dentro da derrota da morte. Com este ofício da manhã nos é dada a possibilidade de contemplar a morte da própria morte.
- CHEGADA – Silêncio, oração pessoal…
- ABERTURA – Sentados ou de joelhos
Deus Santo, Deus santo e forte, Deus santo e imortal.
Piedade de nós.
Tu que assumiste nossa carne
Piedade de nós.
Lembra-te de nós em teu reino.
Piedade de nós.
Deus Santo, Deus santo e forte, Deus santo e imortal.
Piedade de nós. - RECORDAÇÃO DA SEPULTURA
Olhavam à distância algumas mulheres, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Joset, e Salomé, as quais, quando estavam na Galileia, o tinham servido; e muitas outras que haviam subido com ele a Jerusalém. Maria Madalena e Maria de José observavam onde o colocava. - SALMO 16(15)
Conforme a promessa deste salmo 16, que vamos cantar, o Messias não foi abandonado no túmulo, e seu corpo não chegou à corrupção (Atos 2,31). - Protege-me, ó Deus, tu és meu abrigo.
“Só tu és meu bem”, eu digo ao Senhor.
Rejeito esses deuses que o mundo promove;
aos grandes não sirvo, nem presto favor. - Aqui, nesta terra, és, Deus, minha herança,
em ti meu destino, porção garantida:
tiraram a sorte pra ver minha parte,
tu és a mais bela herança da vida. - Bendito o Senhor que é meu conselheiro,
à noite me alerta o meu coração.
Pra sempre o Senhor perante os meus olhos,
com ele meus passos não vacilarão. - O meu coração se alegra contente,
até minha carne repousa segura.
No mundo dos mortos tu não me abandonas,
nem deixas teu servo preso à sepultura. - Tu me ensinarás da vida o caminho,
em tua presença há muita alegria.
O Deus do universo, qual Mãe se mostrou,
cantemos louvores de noite e de dia.
Silêncio, repetição
Oração:
Senhor nosso refúgio, velaste enquanto Jesus dormia no chão da terra e não deixaste o seu corpo conhecer a destruição. Livra-nos do medo da violência e da morte, tu que és nossa herança, nossa esperança e alegria. Por Cristo nosso Senhor. Amém. - LEITURA BÍBLICA – Oséias 5,15- 6,2:
Leitura do profeta Oséias.
Eis o que diz o Senhor: em suas aflições me procurarão.
Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos.
Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos e viveremos em sua presença.
Palavra do Senhor. - RESPONSO-MEDITAÇÃO
Creio que meu redentor vive
e que ressuscitarei no último dia.
Em minha própria carne verei a Deus,
meu salvador. - Eu mesmo verei e não outro e o contemplarei com meus olhos.
- Tenho esta esperança, no meu coração.
- Escuta, Senhor, minha prece, e atende a voz do meu clamor.
- LEITURA PATRÍSTICA
Leitura de uma antiga Homilia no grande Sábado Santo (século IV)
Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.
Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.
Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”. - MEDITAÇÃO
Em silêncio abandona-te ao Senhor. (bis)
- Põe tua esperança no Senhor, espera nele, e ele agirá.
- PAI NOSSO
- Com amor e confiança, digamos juntos, pausadamente, a oração que o Senhor nos ensinou:
Pai nosso… pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
Oração
Deus de bondade teu Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e de lá ressurgiu vitorioso. Concede aos teus fiéis, sepultados com ele no batismo, que, pela força de sua ressurreição, participem com ele da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!
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Penha Carpanedo, Discípula do Divino Mestre,
desenho: Kelly de Oliveira
Edição podcast: Neideane Monteiro
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