20 de setembro de 2020
1. Aprofundando os textos bíblicos: Isaías 55,6-9; Salmo 145(144); Filipenses 1,20c-24.27a;
Mateus 20,1-16
A parábola dos trabalhadores da vinha, inspirada na realidade dos camponeses sem emprego e terra,
retoma o tema da recompensa (19,27-30) e mostra que a justiça do Reino é definida pela gratuidade,
não pelo mérito. O dono da vinha é Deus (Is 5,1-7), que se aproxima da humanidade em Jesus Cristo.
Ele sai para contratar trabalhadores em diversas horas do dia, e dialoga com os que passaram o dia
desocupados, “porque ninguém os contratou”. Jesus revela que o Reino de Deus é inclusivo e acessível
a todos, diferente dos que segregam e classificam as pessoas entre justas e pecadoras. Os trabalhos
cessavam com o pôr do sol e os operários deviam receber o pagamento da diária, exigência da Lei
para que ninguém passe necessidade (Dt 24,14-15). A remuneração começa pelos últimos até os primeiros,
igual para todos os trabalhadores, pois Deus oferece sua bondade e amor gratuito a todas as pessoas
sem distinção. Os gentios aderem com generosidade ao Reino de Deus e tornam-se membros do único
povo em Cristo (20,12; Ef 2,11-22). Os últimos serão primeiros e os primeiros últimos (19,30; 20,16),
reviravolta na história proposta pelo advento do Reino. A parábola reflete também a situação da
comunidade de Mateus, na qual os cristãos oriundos do judaísmo reivindicavam privilégios em
relação aos cristãos gentios. Os trabalhadores do Reino acolheram o convite para dedicar-se
com gratuidade, comprometidos a todo o momento com a realização da justiça de Deus.
A leitura profética do Deutêro-Isaías convida à conversão para buscar o Senhor e trilhar os
seus caminhos de justiça. O salmista louva o Senhor, misericordioso e compassivo, justo e próximo
dos que clamam por ele como no êxodo. Paulo, na leitura aos Filipenses, está preso por causa do
Evangelho e testemunha sua união com Cristo morto e ressuscitado.
2. A palavra na vida
Jesus manifesta a bondade infinita de Deus, a salvação que não depende dos méritos e chega a todos
os seus filhos e filhas que o buscam a qualquer hora. Como no tempo de Jesus, as injustiças deixam
muitos desempregados à espera de um trabalho digno para ganhar o sustento diário.
3. A palavra na celebração
Esta Eucaristia nos coloca em atitude de permanente compromisso para com as pessoas que
convivemos diariamente.
Ir. Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.
Ir. Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.
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