29 de setembro de 2019

Autoras:
Ir. Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.
Ir. Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.

1. Aprofundando os textos bíblicos: Amós 6,1a.4-7; Salmo 146 (145); 1Timóteo 6,11-16; Lucas 16,19-31
O evangelho apresenta uma história exemplar, onde o pobre chama-se Lázaro, nome que significa Deus socorreu ou ajudou (em hebraico). Lázaro, faminto e doente, sentado no chão, não tem acesso nem às sobras da mesa do rico. À margem da vida plena, proclamada pela Boa Nova de Cristo, necessita ser ajudado com as obras da justiça, da partilha dos bens. A esperança na salvação, no consolo de Deus o leva a participar do banquete do Reino, no seio de Abraão. O rico não acolhe o amor compassivo do Pai e permanece insensível ao sofrimento do pobre. O fechamento o impede de escutar a palavra de Deus que, desde Moisés e os Profetas, ensina a amar e a socorrer os necessitados. A falta de compromisso com o projeto de Deus conduz ao abismo profundo, à separação da felicidade plena. O rico e os cinco irmãos, número que simboliza o Pentateuco, têm o ensinamento da Torá e dos Profetas para a mudança de vida. Sem a conversão pela palavra não acreditarão, mesmo que um morto ressuscite para ensinar-lhes o caminho da solidariedade. Os discípulos do Reino são interpelados pelo exemplo de Cristo, que entregou a vida por amor. Por meio da ressurreição do Filho, o Pai exalta os humildes que confiam em sua misericórdia. A profecia de Amós, no século VIII a.C., exorta à conversão, a não buscar apenas o próprio bem-estar, tornando-se indiferentes ao sofrimento dos pobres (1ª leitura). A desigualdade social favoreceu a conquista da Samaria pelos assírios e o cativeiro, o exílio. O salmo proclama que o Senhor é fiel para sempre, pois é o defensor que socorre os oprimidos e alimenta os famintos. A 2ª leitura impele a testemunhar a vida em Deus através das virtudes da justiça, piedade, fé, caridade, perseverança, mansidão. Convida a ser vigilantes no caminho da fé e amor aos irmãos até a manifestação gloriosa do Senhor.

2. Atualizando
O ensinamento de Jesus impele a olhar para o pobre Lázaro à nossa porta, à margem da sociedade. Amós denuncia as desigualdades sociais e anuncia um mundo novo de justiça. É preciso escutar e praticar as palavras proféticas, para acolher o Ressuscitado no rosto dos irmãos.

3. A palavra de Deus na celebração
O Senhor que é fiel para sempre e faz justiça aos oprimidos nos reúne para celebrarmos o memorial de seu Filho Jesus. As mesas da Palavra e da eucaristia nos irmanam e nos fazem reconhecer nossos limites e pecados e aprender a amar as pessoas indistintamente, lutando contra todo o tipo de injustiça neste mundo.

4. Dicas e sugestões
Fazer uma acolhida calorosa, criando deste o início uma comunidade fraterna. Hoje, dia da Bíblia, se for oportuno, no momento da homilia pedir que membros da assembleia deem testemunho do valor da Palavra de Deus em suas vidas.

 

Revista de Liturgia Ed 275 – A ação de Graças na Celebração dominical da Palavra

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