18 de outubro de 2020
1. Aprofundando os textos bíblicos: Isaías 45,1.4-6; Salmo 96(95); 1Tessalonicenses 1,1-5b; Mateus 22,15-21
Jesus continua o ministério em Jerusalém e enfrenta conflitos com as autoridades, que formam um complô
político-religioso em vista de sua eliminação (12,14; 26,4). Os fariseus rejeitavam o poder romano em Israel,
mas armam ciladas para acusar Jesus com os herodianos, que apoiavam a dinastia de Herodes Antipas,
representante do poder imperial de Roma. Eles apresentam uma questão desafiadora ao Mestre Jesus: É lícito
ou não pagar o imposto a César? Dependendo da resposta, Jesus poderia ser acusado de colaborador da dominação
estrangeira ou de subversivo. Mas Jesus desmascara a hipocrisia de seus adversários, e propõe as exigências
fundamentais do Reino de Deus. O imposto imperial era sinal da dominação política, que se impõe pelo poder,
violência e opressão. A moeda para o pagamento do imposto era o denário estampado com o perfil de Tibério César,
o imperador romano da época. Devolver a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus implica rejeitar a
submissão ao poder imperial, e ao mesmo tempo restaurar a dignidade do povo sofrido. O ser humano, criado à
imagem e semelhança de Deus (Gn 1,27), pertence somente a Ele como único Senhor e não pode compactuar com nenhum
sistema injusto. Jesus, que viveu a serviço dos excluídos pelo império, ensina a entrar na dinâmica do Reino de
Deus por meio da justiça e solidariedade. A profecia do Dêutero-Isaías reflete a realidade no final do exílio,
onde o rei da Pérsia, Ciro, é visto como instrumento de Deus para vencer os babilônios e permitir o retorno dos
exilados à sua pátria. O salmista convida a humanidade inteira a entoar cânticos de louvor ao Senhor do universo,
que faz prevalecer sua justiça em favor dos oprimidos. Paulo começa a Carta aos Tessalonicenses agradecendo pela
“fé operante, caridade laboriosa e esperança constante”, características da comunidade cristã que acolhe o Evangelho.
2. A palavra na vida
O ensinamento de Jesus exige vigilância constante para que o bem mais precioso de Deus, o ser humano com sua dignidade
e liberdade, não se torne posse de opressores. A soberania pertence somente a Deus e seu projeto é construir um mundo
melhor de partilha e solidariedade.
3. A palavra na celebração
A participação na celebração do mistério pascal de Cristo nos dá a graça de estarmos sempre atentos e disponíveis no
serviço de seu Reino e de sua justiça.
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