A Eucaristia é a celebração mais plena e mais apropriada do Dia do Senhor, mas a escassez de ministros ordenados, leva muitas comunidades a se reunirem no domingo encontrando no tesouro da tradição litúrgica a celebração da Palavra para alimento da sua fé. A Palavra é celebrada como evento pascal, “pela ação íntima do Espírito que a torna operante no coração dos fiéis” [OLM, 9].
A CNBB tem incentivado a prática da celebração dominical da Palavra, e os bispos da América Latina e Caribe reunidos em Aparecida manifestaram todo o seu apreço por tais celebrações: Com profundo afeto pastoral, queremos dizer às milhares de comunidades com seus milhões de membros, que não têm oportunidade de participar da Eucaristia dominical, que também elas podem e devem viver “segundo o domingo”(…) participando da celebração dominical da Palavra, que faz presente o Mistério Pascal no amor que congrega (cf. Jo 3,14), na Palavra acolhida (cf. Jo 5,24-25) e na oração comunitária (cf. MT 18,20). [DA n. 253].
Compartilhamos o rito da Celebração da Palavra neste domingo do último lugar como caminho de seguimento. Que a sua palavra sustente na fidelidade ao Reino.
- CHEGADA – escolher no livro de canto, ou:
Louvarei a Deus, seu nome bendizendo.
Louvarei a Deus, a vida nos conduz. - CANTO DE ABERTURA
Senhor, escuta as preces do servo teu, H 3, p. 127; Todo o povo sofredor, H 1, p. 151; Se caminhar é preciso, CF 2000. - SINAL-DA-CRUZ
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. - SAUDAÇÃO
A graça e a paz do Senhor Jesus estejam com vocês.
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. - ACOLHIDA, SENTIDO DA CELEBRAÇÃO E RECORDAÇÃO DA VIDA
O(a) animador(a), com breves palavras, acolhe as pessoas, sobretudo as visitantes, introduz o sentido do domingo e convida a assembleia a lembrar fatos marcantes que são sinais da páscoa de Jesus na vida pessoal, na comunidade, no mundo:
Agradeçamos a Deus por este dia que traz a memória do Ressuscitado vivo no meio de nós, convidando-nos a fazer uma nova adesão a Jesus em fidelidade ao caminho que ele percorreu.
As pessoas podem lembrar de pessoas e situações de missão. Deixar que as pessoas falem ou, se isso não for possível, deixar que equipe fale, ou até mesmo quem preside pode trazer algumas lembranças.
Terminando, quem preside, introduz o ato penitencial: - ATO PENITENCIAL
De coração contrito e humilde, invoquemos a compaixão do Cristo, e imploremos sobre nós o seu perdão:
Senhor que vieste, não para condenar, mas para salvar, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.
Cristo, que acolhes quem confia em tua misericórdia, tem piedade de nós.
Cristo, tem piedade de nós.
Senhor, que muito perdoas a quem muito ama, tem piedade de nós.
Senhor tem piedade de nós.
Deus todo amoroso, tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. Amém. - ORAÇÃO INICIAL
Ó Deus, luz que não se apaga,
tu entregaste a nós
o mandamento de te amar
e amar o nosso próximo.
Dá-nos a graça de cumpri-los
e viver na plenitude de tua vida.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém. - PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 2,12a.17-20
Duzentos anos antes de Cristo, a fé e a maneira de viver do povo de Israel foi contestada e perseguida pela cultura pagã. Neste contexto, os sábios judeus fazem a meditação que agora vamos acolher como palavra de Deus em nossa vida. - SALMO DE RESPONSORIAL 54(53) (H 3, p. 160-161)
Nas palavras deste salmo unimo-nos à oração de todos os que são perseguidos e sofredores.
É o Senhor quem sustenta a minha vida;
quem me ampara e protege é meu Deus.
Por vosso nome, salvai-me, Senhor;
por vossa graça, fazei-me justiça!
Ó meu Deus, atendei minha prece
e escutai as palavras que eu digo!
Pois contra mim orgulhosos se insurgem,
não há lugar para Deus aos seus olhos.
Quem me protege e me ampara é meu Deus;
é o Senhor quem sustenta minha vida!
Quero ofertar-vos o meu sacrifício,
de coração e com toda alegria;
quero louvar, ó Senhor, vosso nome,
quero cantar vosso nome que é bom! - SEGUNDA LEITURA: Tiago 3,16 – 4,3
Diante das guerras e violências do seu tempo, Tiago faz a seguinte meditação, que vamos acolher como palavra de Deus para nós. - ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (H 3, p. 227)
Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia!
Pelo Evangelho o Pai nos chamou,
A fim de alcançarmos a glória
De nosso Senhor Jesus Cristo. - EVANGELHO: Marcos 9,30-37
Jesus está percorrendo a Galiléia. Pelo jeito, os discípulos estão com verdadeira dificuldade de entendê-lo, porque, enquanto Jesus se prepara para enfrentar a paixão, eles estão querendo saber quem dentre eles é o maior. Vamos escutar como Jesus reage diante da atitude dos discípulos e o que nos ensina com esta palavra.
Proclamação do Evangelhos de Jesus Cristo, segundo Marcos
Naquele tempo: 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galiléia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: ‘O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará’. 32Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 33Eles chegaram a Cafarnaum.
Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: ‘O que discutíeis pelo caminho?’ 34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!’ 36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 37’Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou’. - PARTILHA DA PALAVRA
O evangelho de hoje começa com Jesus, pedindo silêncio (v. 30). Ele sabe que o povo não tem condições de aceitar um messias sofredor. Só quem se decide a caminhar na mesma estrada é capaz de aceitar um sofredor como o enviado de Deus; só a convivência da Galiléia até Jerusalém é que poderá abrir o coração para o entendimento da cruz.
Os discípulos vão com ele neste caminho, mas estão como cegos (8,22 e 10,46). Enquanto Jesus vê se aproximar a hora da cruz, os discípulos estão se perguntando sobre quem é o maior entre eles. É o mal da ambição. Jesus, porém, não os abandona e insiste na sua tarefa de educá-los na busca de Deus e do seu reino. Toma as crianças, pouco consideradas em seu tempo, como exemplo para mostrar qual é, na verdade, o sentido da sua vinda e da sua missão. Talvez Jesus quisesse dizer que ele mesmo é como um menino. Que contraste com os interesses dos discípulos!
A celebração nos coloca, sempre de novo, diante do mistério do amor que vence a prepotência e a ambição. Corrige uma visão distorcida que vê na Igreja lugar de fazer carreira ou de se garantir economicamente. Ao mesmo tempo, confirma o caminho dos que seguem Jesus, adotando uma conduta fiel ao seu evangelho. - COLETA FRATERNA
É o momento de trazer donativos ou o dízimo para as necessidades da comunidade. Canto: Os cristãos tinham tudo em comum; onde reino o amor. - AÇÃO DE GRAÇAS
Terminada a coleta todos/as se levantam, quem preside se aproxima do altar e dá início à ação de graças.
[Se houver comunhão eucarística, os/as ministros/as trazem o pão consagrado para o altar antes da ação de graças].
Quem preside faz o convite, depois diz a oração, intercalando com o canto da assembleia:
O Senhor esteja com vocês.
Ele está no meio de nós!
Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
É nosso dever e nossa salvação!
Nós te damos graças, ó Deus da vida,
porque neste dia santo de domingo
nos acolhes na comunhão do teu amor
e renovas nossos corações
com a alegria da ressurreição de Jesus.
Compadecendo-se da fraqueza humana,
ele nos libertou da morte e deu-nos a vida.
Nós te damos muitas graças,
te louvamos, ó Senhor.
Esta comunidade aqui reunida
recorda a vitória de Jesus sobre a morte,
escutando a sua Palavra e dando graças,
na esperança de ver o novo céu e a nova terra,
onde não haverá mais fome, nem morte, nem dor,
e onde viveremos na plena comunhão do teu amor.
Nós te damos muitas graças,
te louvamos, ó Senhor.
Envia sobre nós o teu Espírito,
apressa o tempo da vinda do teu reino,
e recebe o louvor de todo o universo
e de todas as pessoas que te buscam.
Nós te damos muitas graças,
te louvamos, ó Senhor.
Toda a nossa louvação chegue a ti em nome de Jesus, por quem oramos com as palavras que ele nos ensinou: Pai nosso… pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre. - ABRAÇO DA PAZ
Saudemo-nos, uns aos outros, com o sinal da reconciliação e da paz!
Não havendo comunhão, passa-se daqui, para a oração [n. 20]. - COMUNHÃO
Se houver comunhão, quem preside diz:
Relembrando de Jesus que, muitas vezes, reuniu-se com os seus para comer e beber, revelando que o teu reino havia chegado,
nós também nos alegramos com ele em nossa mesa.
E tomando nas mãos o pão consagrado, acrescenta:
Quem vem a mim nunca mais terá fome
e o que crê em mim nunca mais terá sede.
Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!
Senhor, eu não sou digno(a)…
Canto de comunhão – CD Paulus, Cantos de abertura e comunhão: Nós somos muitos, faixa 14; O pão de Deus, faixa 15; Um cálice, faixa 19; Quem nos separará, faixa 21; Eu sou o pão, faixa 22.
Silêncio - ORAÇÃO
Ó Deus de ternura, tu nos confirmaste em teu amor
e renovaste em nós o desejo de seguir Jesus.
Acompanha-nos ao longo desta semana.
Orienta o nosso olhar para os sinais da tua presença
nas pessoas e nos acontecimentos de cada dia.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Comunicações e avisos - BÊNÇÃO
O Senhor nos seja favorável, dirija para nós o seu rosto
e nos dê a paz. Amém.
Abençoe-nos o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Amém.
A alegria do Senhor seja a nossa força. Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe. Graças a Deus.
Roteiro preparado: Penha Carpanedo
Congregação Discípulas do Divino Mestre,
Redatora da revista de liturgia
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membro da Rede Celebra.Desenho: Cláudio Pastro