NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO | NA NOITE DO DIA 24 DE DEZEMBRO
O que segue é um Roteiro de Celebração dominical da Palavra presidida por ministro ou ministra leigo/a, mas os elementos podem ser úteis também para preparar a celebração eucarística. As leituras indicadas são do Lecionário dominical. Os comentários das leituras são para ajudar a equipe que prepara, não deve ser usada no momento da celebração. Depois do evangelho há uma pequena meditação para ajudar a quem deve fazer a homilia. A melodia da ação de graças se em encontra no CD COMEP, ‘Ação de Graças no Dia do Senhor’. No final deste roteiro há uma versão recitada.
RITO DA CELEBRAÇÃO DOMINICAL DA PALAVRA
Hoje celebramos o cumprimento das promessas de Deus de realizar uma aliança com toda a humanidade e estabelecer o seu reino. Fazemos isto através de uma vigília de oração recordando o nascimento de Jesus em Belém, pobre entre os pobres. Acolhemos o anúncio dos anjos aos pastores e a promessa de paz que ele faz a toda a humanidade. Celebramos a páscoa de Jesus Cristo que acontece na ação de tantas pessoas e grupos que se colocam, de verdade, a serviço da paz e da justiça no mundo.
“Alegremo-nos todos no Senhor: hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!”
Antes de começar a celebração distribui-se velas para a assembleia. Estando a igreja no escuro, os cantores começam o refrão:
- Refrão meditativo
Após espera tão longa, / irrompe a noite que é dia,
até palácios se apagam / diante da estrebaria!
- Acendimento das vela
Quem preside, na porta da igreja com os(as) demais ministros(as), estando a igreja no escuro, faz o acendimento da grande vela, dizendo:
Bendito sejas, Deus da vida, porque fizeste nascer hoje para nós
o Sol do oriente, Jesus Cristo, nosso Salvador.
- Canto de abertura
Segue a procissão, tendo à frente a grande vela acesa, enquanto se canta o salmo 98 : Nasceu-nos hoje um menino, H1, p. 27); ou A luz resplandeceu, H1, p. 47…. À medida que a procissão avança vão se acendendo as velas da assembleia.
- Recordação do nascimento de Jesus Cristo segundo a carne
Ao chegar a procissão, estando a assembleia na penumbra e com velas acesas, alguém, do ambão, canta ou recita o texto que segue:
Milhões e milhões de anos depois que Deus, no princípio,
criou o céu e a terra e fizera o homem e a mulher à sua imagem.
Muitos séculos depois de ter cessado o dilúvio,
quando o Altíssimo fez resplandecer no céu o arco-íris,
sinal de aliança e de paz.
Dois mil anos depois do nascimento de Abraão, nosso pai.
Mil e trezentos anos depois que o povo de Israel,
sob a guia de Moisés, saíra do Egito.
Cerca de mil anos depois da unção de Davi como rei,
enquanto, no México, os ameríndios construíam a cidade dos deuses;
Novecentos e cinquenta quatro anos
desde a dedicação do templo de Jerusalém por Salomão.
Seiscentos anos depois que o Espírito de Deus
revelava o brilho de seu esplendor na China a Lao-Tsé;
na Índia, a Buda, o Iluminado;
e, no ocidente, inspirava a sabedoria grega.
Quinhentos e trinta e oito anos
desde a volta de Israel do cativeiro da Babilônia.
Na sexagésima quinta semana, segundo a profecia de Daniel;
Na Olimpíada cento e noventa e quatro;
no ano setecentos e cinquenta e dois da fundação de Roma;
aos quarenta e dois anos do Império de Otávio Augusto,
estando toda a terra em paz, na sexta idade do mundo,
Jesus Cristo, Deus Eterno, Filho do Eterno Pai,
querendo consagrar o mundo com sua santíssima vinda,
tendo sido concebido do Espírito Santo,
decorridos nove meses após a sua concepção,
em Belém de Judá,
nasceu da Virgem Maria feito homem.
Eis o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo a carne!.
Venham, adoremos o Salvador!
- Glória
- Oração da vigília
Ó Deus, fizeste brilhar nesta noite santa
a claridade de Jesus Cristo, o teu Verbo, nosso Salvador.
Dá a todos nós que celebramos o mistério do seu nascimento
a graça de participar da sua vida,
do mesmo modo que ele veio participar
da nossa condição humana.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
- Primeira leitura – Isaías 9,1-6
Escutemos esta profecia de Isaías, escrita setecentos anos antes do nascimento de Jesus, em um momento em que todos os pequeninos reinos do oriente, inclusive Israel, estavam ameaçados de invasão pelo Império Assírio, nos ajuda a compreender o sentido da festa que celebramos e a contemplar o Messias que nasceu para nós.
- Salmo responsorial – 96(95) (H 1, p. 25)
Cantemos ao Senhor nosso Deus porque ele se revela na humanidade de Jesus e se faz presente em nossas vidas.
Resplandeceu a luz sobre nós,
porque nasceu Cristo, o salvador.
- Deus é Rei! Exulte a terra de alegria
e as ilhas numerosas rejubilem!
Os céus proclamam a justiça do Senhor,
todos os povos podem ver a sua glória.
- Uma luz já se levanta para os justos
e a alegria, para os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,
celebrai e bendizei seu santo nome!
- Segunda leitura – Tito 2,11-14
Na carta em que Paulo escreveu a Tito uma série de conselhos para ele coordenar bem a comunidade de Creta, encontramos o testemunho de quem se deixou transformar pelo mistério da vinda de Deus em nossa carne.
- Aclamação ao evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia!
Grande luz sobre a terra se estende / ao Senhor, vinde, adorai!
Ou:
(H1, p. 61):
Aleluia, aleluia!
Glória a Deus nos altos céus!
E na terra paz aos povos,
bem-amados filhos seus.
Alegres como os pastores,
cantamos graças a Deus.
Seu filho vem como um pobre
unir a terra e os céus.
- Proclamação do evangelho – Lc 2,1-14
Escutando como Lucas conta o nascimento de Jesus, vamos acolher com alegria a anúncio de paz que Deus nos faz por meio desta palavra.
O(a) leitor(a), da estante da Palavra, se dirige à assembleia com esta saudação:
O Senhor esteja com vocês. Ele está no meio de nós.
Fazendo o sinal-da-cruz na fronte, na boca e no peito:
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo…
Glória a vós, Senhor.
Proclama o evangelho e no final da leitura conclui:
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Beija o livro e o mostra para a assembleia, que se inclina, num gesto de adesão à Palavra.
– Entronização da imagem do Menino Jesus
Imediatamente depois da proclamação do Evangelho, uma criança, acompanhada por outras com velas acesas e sininhos tocando, traz a imagem do menino Jesus e coloca num lugar previamente preparado, em destaque. Todos se ajoelham ou se incliname quem preside a celebração incensa a imagem, enquanto se canta: Vinde, cristãos, vinde à porfia, ou outro.
- Homilia – sugestão:
O evangelho de hoje começa falando do imperador de Roma, César Augusto. Ao mesmo tempo, mostra Jesus nascendo, não no centro do seu império, na cidade de Roma, mas em um canto muito afastado, na pequena cidade de Belém. Os primeiros a serem avisados não foram os altos funcionários do governo, nem as autoridades religiosas, mas simples pastores. O texto soa como uma explosiva boa notícia aos pobres que esperam pela salvação de Deus, ao mesmo tempo que se estrutura como um anúncio de páscoa – note-se a solenidade da proclamação dos anjos e do próprio início do evangelho. A criança já recebe o nome de Salvador, Cristo e Senhor, como na ressurreição. O sinal dado pelo anjo – um menino envolto em faixas e deitado na manjedoura – evoca o Cristo no sepulcro. Tudo culmina com os últimos versículos, onde a profecia de Isaías proclamada na primeira leitura é realizada pelo nascimento do Senhor: a luz envolve o povo e a paz é proclamada à toda humanidade como dom do Messias; chegou, finalmente, o tempo em que o povo caminhará na luz e em que “as botas de assalto e os trajes manchados de sangue” serão queimados! (Cf. Is 9,4).
Já no século V, o papa Leão: “Não pode haver tristeza quando nasce a vida. Mandando embora o medo de toda morte, enche-nos de alegria a promessa de vida plena”. Recebemos a boa notícia proclamada pelo evangelho como um exorcismo para todo o medo, entendendo como dirigida para nós as palavras do mensageiro de Deus “eu anuncio uma grande alegria”. O anúncio “hoje nasceu para vocês um salvador!” é compreendido como um evento do presente, do qual somos os destinatários. A comunidade em vigília na noite de Natal, ao mesmo tempo, em que é convidada a ver as maravilhas que o Senhor realizou por ela, torna-se um sinal da humanidade nova querida por Deus, de quem o menino nascido é início e germe. O mesmo são Leão refletia sobre esta dimensão eclesial da festa do Natal ao lembrar que o nascimento de Cristo é o início do povo cristão. Daí a importância de retomarmos nesta noite a mística da luta e do compromisso pela paz – o nascimento de Cristo é o nascimento da paz – como forma de tornarmos realidade o anúncio pascal desta noite.
Preces pela paz
A comunidade acende novamente suas velas.
Celebrando o nascimento do Príncipe da Paz, nesta noite do seu natal, supliquemos a ele por toda a humanidade:
Dá-nos a paz!
– Ó Príncipe da Paz, faze brilhar tua luz para todas as nações. Que os direitos humanos sejam respeitados, que os conflitos sejam superados, que as armas sejam destruídas, os pobres alimentados e todos os povos trilhem os caminhos da paz.
– Ó Príncipe da Paz, faze brilhar tua luz em nosso Brasil: acaba com a violência no campo e na cidade; desperta-nos para um vivo compromisso com a solidariedade e dá-nos a paz.
– Ó Príncipe da Paz, faze brilhar tua luz sobre os que têm em suas mãos os destinos dos povos e nações: conduze os governantes nos caminhos da justiça e do bem comum, livra-os de qualquer tipo de violação dos direitos humanos e faze da Organização das Nações Unidas um instrumento eficaz de paz.
– Ó Príncipe da Paz, faze brilhar tua luz sobre todos que consagram o melhor de suas energias à causa da paz: os que lutam contra todo e qualquer tipo de armamento; os que se empenham na educação para a paz.
– Ó Príncipe da Paz, faze brilhar tua luz sobre os teus discípulos e discípulas de todas as confissões e Igrejas em toda a terra: que sejam portadores da paz e vigorosas testemunhas da não-violência.
– Ó Príncipe da Paz, faze brilhar tua luz sobre todos os que, nas mais diversas religiões, buscam a face do Pai: acaba com as guerras entre as religiões e converte todos os peregrinos do mundo em testemunhas da paz.
C: Ó Cristo, Príncipe da Paz, atende as nossas preces e concede-nos, em plenitude o dom da paz, tu que és Deus com Pai e o Espírito Santo. Amem.
Se não houver comunhão passa-se das preces ao convite de ação de graças.
Havendo comunhão, terminadas as preces, todos/as se levantam, os/as ministros/as trazem o pão consagrado para o altar. Quem preside, aproximando-se do altar, faz uma breve inclinação, faz um breve convite à ação de graças:
Demos graças ao Senhor, repartindo entre nós este pão consagrado em memória de Jesus, que se manifesta em nossa mesa como príncipe da paz, a quem reconhecemos e adoramos, como os Maria e os pastores.
- Convite à ação de graças
O Senhor esteja com vocês.
Ele está no meio de nós.
Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
É nosso dever e nossa salvação.
- Oração de ação de graças
O(a) coordenador(a) canta e a assembleia repete:
É bom cantar um bendito, / um canto novo, um louvor! (bis)
- Ao Deus que fez nesta noite / nascer-nos um Salvador!
Jesus nasceu de Maria, / proclamem esta alegria! (bis)
- De Deus o Verbo se encarna / e entre nós habitou!
Jesus nasceu em Belém, / de Deus a graça nos vem! (bis)
- Humano Deus se tornando, / divino o humano se achou!
Emanuel Deus-co’a gente, / o povo todo contente! (bis)
- Por isso nós e o universo / nos alegramos Senhor.
Teu santo nome invocamos / tal qual Jesus ensinou:
Pai nosso… pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
- Abraço da paz
Saudemo-nos uns aos outros com o sinal da reconciliação e da paz.
Não havendo comunhão, passa-se daqui, para a oração final (n. 20).
- Rito da comunhão
Quem preside diz:
Relembrando de Jesus que, muitas vezes, reuniu-se com os seus
para comer e beber, revelando que o teu reino havia chegado,
nós também nos alegramos com ele nesta mesa.
E tomando nas mãos o pão consagrado, acrescenta:
Assim disse Jesus: “Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e comerei com ele e ele comigo”. (Ap 3,20).
Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!
Senhor, eu não sou digno(a)…
Distribuição da comunhão. Canto:
Da cepa brotou a rama, H 1, p. 36; A luz resplandeceu, H 1, p. 47; No presépio pequenino; Cristãos, vinde todos, H1, p. 65 e ODC, p. 304; Cântico de Zacarias, ODC, p. 233.
Silêncio…
- Procissão para o presépio
Novamente se acendem as velas e a comunidade dirige-se ou se volta para o presépio. Canto: noite feliz – no livro de canto. Quem preside faz a oração:
- Oração final
Ó Deus da vida,
tu nos proporcionaste grande alegria
ao celebrar esta santa vigília do natal.
A luz que recebemos nesta noite transfigure o nosso dia a dia,
para que possamos participar plenamente
da divindade daquele que assumiu a nossa humanidade,
o Cristo, nosso Senhor, bendito para sempre! Amém.
- 20. Bênção
O Deus de toda a claridade nos ilumine com a luz de Jesus Cristo e nos faça caminhar como filhos e filhas da luz, agora e sempre! Amém.
Abençoe-nos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Amém.
Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe. Graças a Deus.
Outra alternativa:
Oração de ação de graças, recitada (para quem não canta)
O(a) animador(a) convida a assembleia a se aproximar do altar. O(a) coordenador(a), ocupando seu lugar no altar, convida todos para o louvor:
C: O Senhor esteja com vocês.
T: Ele está no meio de nós.
C: Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
T: É nosso dever e nossa salvação.
Escolher uma das propostas cantadas a partir da p… deste livro ou o que segue:
C: É um prazer para nós te louvar, Deus do universo. Antes que nos aproximássemos de ti, tu te fizeste próximo de nós, igual a nós na humanidade de Jesus, que para nos fazer participar da tua glória. Com os anjos que anunciaram o seu nascimento em Belém, nós te bendizemos!
T: Glória a Deus nos mais alto dos céus!
C: Por ele, realiza-se hoje o maravilhoso encontro entre o céu e a terra para conduzir todos os viventes à intimidade da tua comunhão. Tornando-se humano entre nós, a nossa humana natureza recebe uma incomparável dignidade.
T: Glória a Deus nos mais alto dos céus!
C: Recebe o louvor de toda a criação e a prece que elevamos a ti com as palavras que Jesus nos ensinou:
T: Pai nosso… pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.