30 de dezembro de 2018
1. Aprofundando os textos bíblicos: Eclesiástico 3,3-7.14-17a; Salmo 128 (127); Colossenses 3,12-21; Lucas 2,41-52
Os judeus deviam peregrinar a Jerusalém três vezes ao ano, para celebrar as festas da Páscoa, das Cabanas e de Pentecostes. A família de Nazaré era dispensada por morar distante, mas costumava subir a Jerusalém pelo menos uma vez por ano para celebrar a festa da Páscoa. O caminho da Galileia para Jerusalém marca a trajetória de Jesus (9,51), ao levar a pleno cumprimento sua missão libertadora. Passados os dias da festa, os pais de Jesus regressaram a Nazaré com a caravana, mas Jesus, ficou em Jerusalém. Próximo aos treze anos, o menino judeu participava de uma celebração festiva “bar mitzvá” (= filho do mandamento), comprometendo-se a observar a Torá. Embora seja difícil saber se esse ritual era realizado na época de Jesus, ajuda a entender a permanência de Jesus no Templo entre os mestres  a
Lei. Maria e José regressam a Jerusalém à procura de Jesus e o encontram após “três dias”, alusão à morte e ressurreição de Jesus (24,7.46). Tal como os discípulos que encontram e reconhecem a presença do Ressuscitado enquanto lhes explicava as Escrituras (24,32), Maria e José encontram Jesus sentado, posição de Mestre, revelando a sabedoria do Pai. Maria guardava tudo em seu coração (2,19.51), diante do mistério do Filho de Deus que assume a condição humana e o processo normal de crescimento. A leitura de Eclesiástico insiste no dever de honrar os pais, exigência que vem do quarto mandamento (Ex 20,12; Dt 5,16), e supõe o respeito, o cuidado e a sensibilidade para socorrê-los em suas necessidades. O salmo é uma bênção sobre a família. A leitura aos Colossenses, convida a revestir-se da caridade que é o vínculo da perfeição.

2. A palavra na vida
A Sagrada Família de Nazaré pelo seu testemunho de luta em meio às dificuldades, se torna parábola e exemplo para tantas famílias do nosso tempo, em luta por moradia, trabalho, educação.

3. A palavra na celebração
Na Eucaristia, recordemos o sofrimento de tantas famílias, que vivem situações desafiadoras.  Supliquemos para que nunca percam a fé em Deus e possam resistir com a sua força, numa sociedade que se impõe pelo poder econômico e por uma cultura de desvalorização da vida.

Revista de Liturgia Ed 270 – Cordeiro de Deus: um rito da não violência

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