24 de março de 2019

1. Compreendendo os textos: Êxodo 3,1-8a.1315; Salmo 103(102); 1 Coríntios 10,1-6.10-12; Lucas 13,1-9
A caminho de Jerusalém (9,51–19,27), Jesus acentua a necessidade de conversão (metanoia, 13,3.5), de mudança radical da existência ao comparar dois acontecimentos catastróficos e contar a parábola da figueira estéril (13,6-9). Os galileus, vítimas da estrutura injusta e violência imposta por Pilatos, e os que morreram no acidente da torre de Siloé não eram mais pecadores do que os outros. Segundo o princípio da retribuição, as tragédias são castigos divinos relacionadas ao pecado (Jó 4,7-9; Jo 9,2). Jesus manifesta o Deus misericordioso que oferece o dom gratuito da salvação a todos e quer a vida em abundância, não a morte. Insiste na urgência de conversão, para trilhar o caminho da vida nova mediante a paz e a não violência. A parábola da figueira estéril sublinha a misericórdia de Deus, que concede oportunidades de conversão ao ser humano. Deus plantou a figueira, realizou a aliança com o povo (Jr 8,13; Os 9,10) e tem paciência, pois deseja que todos vivam e se convertam (2Pd 3,9). Esta imagem é símbolo do ministério de Jesus que ao longo do ministério, dedica-se a despertar nas pessoas a conversão a Deus, o compromisso com seu reinado de justiça e fraternidade. Na leitura do Êxodo, Deus ouve o clamor do povo oprimido no Egito e chama Moisés para ser instrumento de libertação, assegurando-lhe sua presença contínua. O salmista bendiz o Senhor que oferece seus benefícios e livra dos males por sua compaixão, misericórdia, paciência, lealdade (Ex 34,6). A leitura da primeira carta aos Coríntios, ensina a caminhar recordando a história da salvação, onde a nuvem e o mar prefiguram o batismo.

 

2. A palavra na vida
O caminho de conversão interpela a produzir frutos que contribuam na construção de um mundo melhor. O Deus manifestado em Jesus leva a experimentar sua graça e misericórdia, comprometendo-se com a não violência e a solidariedade.

 

3. A palavra na celebração
Celebrando a páscoa de Cristo na Eucaristia nos dispomos a viver a fé na vida, e a fazer do culto uma opção pela justiça. Esforcemo-nos, nesta quaresma, para que nossa prática religiosa seja baseada na justiça e na construção da paz por um mundo sem exclusões e sem violência.

 

Autoras:
Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.
Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.

 

Assinatura Anual da Revista de Liturgia impressa

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