17 de março de 2019

1. Compreendendo os textos: Gênesis 15,512.17-18; Salmo 27(26); Filipenses 3,17–4,1; Lucas 9,28b-36
A narrativa da transfiguração está situada entre dois anúncios da morte e ressurreição de Jesus (9,22.44). No cume de uma montanha alta, lugar privilegiado para manifestações divinas, os discípulos mais próximos veem Jesus glorioso, como na ressurreição (24,4-6). Moisés, grande legislador do povo, e Elias, profeta que agiu com zelo abrasador, representam as Escrituras cumpridas plenamente em Jesus, o Messias sofredor (24,25-27). O êxodo de Jesus, que se consumará em Jerusalém com sua morte, ressurreição e ascensão, é garantia de libertação definitiva. Os discípulos precisam acordar do sono, a fim de entender que a glória do Cristo passa pela cruz e pela entrega da vida. Construir três tendas faz alusão à festa das Tendas, mas revela também a falta de reconhecimento da novidade de Jesus. Da nuvem, símbolo da presença de Deus (Ex 13,21s; 1Rs 8,10s), ressoa a voz: Este é meu Filho, o escolhido. Escutai-o! O Pai reafirma a identidade do Filho Amado como no batismo (3,21-22) e interpela a ouvir seus ensinamentos. Escutar Jesus, implica descer o monte e segui-lo no caminho da cruz (9,37s). Os discípulos não contaram nada, pois somente após a ressurreição de Jesus compreenderão o significado da transfiguração e de toda a vida do Mestre (24,45-46). Na leitura de Gênesis, Abraão acredita na presença de Deus que guia a caminhada e lhe promete terra e descendência numerosa, como sinal de aliança. O salmista proclama confiante que o Senhor é luz e salvação, certeza que o faz viver com esperança. Na leitura aos Filipenses, Paulo é modelo de seguimento de Jesus pelo caminho da cruz.

2. A palavra na vida
A escuta atenta da Palavra é o meio eficaz para transformar a vida e acolher o projeto libertador de Jesus, que passa pelo sofrimento e pela cruz. A esperança de vida nova interpela ao compromisso com Deus, que continua fazendo aliança com os empobrecidos em busca de terra melhor.

3. A palavra na celebração
A celebração que participamos a cada domingo da quaresma, nos coloca num processo pascal, nos transfigura e nos faz experimentar antecipadamente o banquete do Reino, da ceia dos redimidos, no qual há lugar para todos, pobres e sofredores, os que são considerados descartáveis.

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