3 de fevereiro de 2019
1. Aprofundando os textos bíblicos: Jeremias 1,4-5.17-19; Salmo 71(70); 1Coríntios 12,31–13,13; Lucas 4,21-30
Jesus de Nazaré encontra rejeição desde o início do ministério, por cumprir as esperanças proféticas em favor dos pobres e oprimidos. “Não é este o filho de José?” pode indicar apreço a uma pessoa simples com atuação profética, mas também desprezo (Mc 6,3). Jesus, o Cristo pobre e humilde, é sinal de contradição para seus conterrâneos (2,34s), que esperavam um Messias poderoso. Em Cafarnaum, Jesus é acolhido como o Enviado de Deus e as pessoas que sofriam de diversas enfermidades experimentam a salvação (4,31-41). As palavras e gestos realizados por Jesus nas aldeias da Galileia suscitam o testemunho de muitos: Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo (7,16). Mas entre os seus, a falta de acolhimento leva Jesus a afirmar que nenhum profeta é aceito em sua terra. A história da viúva de Sarepta (1Rs 17,8-24) e do sírio Naamã (2Rs 5,1-14), ambos estrangeiros e gentios, ressaltam que a Boa Nova para os pobres propõe a libertação a todas as pessoas e povos discriminados. A recusa dos nazarenos, que chegam a expulsar Jesus da cidade, confirma de modo paradoxal a identidade profética do Ungido de Deus. A reação hostil prefigura outras que Jesus enfrentará até chegar a Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados (13,33-34). Jesus passa no meio deles abrindo caminho para a vida que vence a morte (At 2,24-32). Jeremias, consagrado para ser profeta das nações, enfrenta os conflitos com a certeza da presença do Senhor que sustenta sua missão. A leitura de 1Coríntios impele a trilhar o caminho da vida cristã através do amor (ágape), manifestado plenamente na entrega de Jesus (Jo 3,16) e derramado pelo Espírito em nossos corações (Rm 5,5).
2. A palavra na vida
Precisamos do espírito profético em nossas comunidades para viver a partir da compaixão pelos últimos, denunciando as injustiças e chamando à conversão. Que a missão de Jesus em favor das viúvas, leprosos, gentios nos ensine a ser promotores de vida digna para todos.
3. A palavra na celebração
Como comunidade profética nos colocamos à escuta da Palavra de Deus, partilhando do pão da vida e do vinho da salvação em estreita comunhão com o Pai, em ação de graças.