19 de abril de 2019
1. Compreendendo os textos: Isaías 52,13–53,12; Salmo 31(30); Hebreus 4,14-16; 5,7-9; João 18,1– 19,42

A paixão é a exaltação de Jesus (3,14; 8,28; 12,32), a hora de sua glorificação (13,1; 17,1), na qual enfrenta os acontecimentos com soberania. O relato começa e termina num “jardim” (18,1; 19,41), símbolo da vida nova doada por Jesus. Ao ser preso, Jesus se identifica diante da coorte e dos guardas como “Sou eu” (18,5; Ex 3,14), presença do Deus que caminha ao longo da história. Beberá o cálice, realizando a missão confiada pelo Pai até as últimas consequências. No Sinédrio começa o processo de julgamento de Jesus (18,13s), que reafirma com coragem seu ensinamento. Enquanto isso, no pátio, Pedro tem medo e nega ser discípulo. Frente a Pilatos, Jesus mostra que sua realeza não é uma ameaça ao império romano, pois seu Reino não é deste mundo (18,36). Pilatos, preocupado em salvaguardar seu próprio poder, ignora a Verdade que é o próprio Jesus (14,6) e entrega o Inocente para ser crucificado (19,16). As mulheres discípulas próximas à cruz (19,25-27) representam a comunidade firme na missão (19,30). Jesus morreu no dia em que se preparava o cordeiro para a Páscoa (19,14) como o autêntico cordeiro pascal, sem um único osso quebrado (Ex 12,46). Sangue e água fluem em sinal de salvação, que vem de sua vida entregue como Servo Sofredor, transpassado na cruz. Jesus foi sepultado conforme o costume judaico (19,38-42; 11,43-44), graças à iniciativa de José de Arimateia e de Nicodemos. A profecia de Isaías mostra que o sofrimento e a morte do Servo decorrem de sua missão libertadora. A leitura de Hebreus salienta que Jesus, por sua solidariedade e obediência ao Pai, tornou-se causa de salvação.

2. A palavra na vida

O caminho trilhado por Cristo até a morte violenta na cruz faz lembrar tantos inocentes, que continuam sofrendo injustiça, por causa de sua luta pelas grandes causas do povo, enquanto os verdadeiros criminosos são inocentados.

3. A palavra na celebração

Iniciamos esta celebração em silêncio, contemplando o Servo Sofredor, que tomou sobre si as dores da humanidade como supremo ato de amor e de liberdade. Que a memória da sua paixão, nos renove e nos firme na opção de trilhar o seu caminho, sem medo, com aquela liberdade para a qual, Cristo nos libertou.

 

Autoras:

Ir. Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.

Ir. Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.

 

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