22 de novembro de 2020
1. Aprofundando os textos bíblicos:
Ezequiel34,11-12.15-17; Salmo 23(22); 1Coríntios 15,20-26.28; Mateus 25,31-46
O relato do evangelho termina o discurso escatológico enfatizando que estar
preparados e vigilantes para a chegada definitiva do Reino de Deus implica viver
o amor compassivo. Todas as nações serão reunidas diante de Jesus, o “Filho do
Homem que vem em sua glória”,revelada no mistério da Encarnação até a entrega
na cruz onde ele é identificado como o “Rei dos Judeus” (27,37). A imagem da
separação do rebanho reflete principalmente a realidade dos pastores, que
cuidavam de ovelhas e cabras ao mesmo tempo e, à noite, separavam os animais.
Jesus é o Deus conosco que salva, cura as feridas e acolhe todos no seu Reino.
“Benditos do Pai” são todos os que correspondem ao amor de Deus mediante a
prática da justiça e da solidariedade misericordiosa com os irmãos mais
fragilizados. As ações compassivas em prol dos “famintos, sedentos, migrantes,
sem roupa, doentes e presos” são repetidas quatro vezes (25,35-44) e atualizam
a profecia (Is 58,6-11), enfatizando a realização da aliança. Por meio do serviço
aos que estão à margem da sociedade serve-se a Cristo, que se identificou com
os mais desfavorecidos (4,23-24; 8,1-17; 11,4,6). “Todas as vezes que fizeram
isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizeram”, sinal
do compromisso com Jesus e seu projeto de vida digna para todos. A religião
prática, constituída de ações de bondade e amor solidário a todos os irmãos e
irmãs, testemunha a presença do Reinado de Deus. Ezequiel renova a esperança
profética dos exilados na Babilônia através do anúncio de Deus como o Pastor,
que vai ao encontro das ovelhas abandonadas pelos maus pastores. A leitura de
1Coríntios apresenta a fé na ressurreição, fundamentada em Cristo ressuscitado
dos mortos,como o princípio da nova humanidade, empenhada na vida que vence a
morte até que “Deus seja tudo em todos”.
2. A palavra na vida
Jesus, rei do universo, ensina que o essencial é agir movidos pela compaixão,
solidários com os pobres e excluídos. O amor concreto em prol dos que sofrem é
o caminho de encontro com Deus e de participação no seu Reino definitivo, de
vida em plenitude para todos.
3. A palavra na celebração
Em nossa celebração recebemos a palavra que nos revela e nos devolve a nós mesmos
e nos faz encontrar nossa identidade mais profunda.
Ir. Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.
Ir. Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.
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