18 de abril de 2019

1. Compreendendo os textos: Êxodo 12,1-8.11-14; Salmo 116(115); 1 Coríntios 11,23-26; João 13,1-15

Antes da festa da Páscoa, Jesus anuncia que chegou a hora de sua glorificação, de “passar” para o Pai. O amor de Jesus pelos seus, pela humanidade, chega ao ponto de doar a própria vida livremente (10,17-18). Jesus manifesta sua fidelidade ao Pai em ações concretas, que serão a norma da comunidade: Durante a ceia, Jesus depõe o manto e se inclina para lavar os pés dos discípulos. O costume era lavar os pés antes de a refeição iniciar como gesto de hospitalidade, geralmente feito por um escravo. O lava-pés, durante a ceia pascal, aponta para o sentido da Eucaristia, cuja narrativa da instituição pressuposta em Jo 6,51b-58 destaca que Jesus é o pão doado para a vida do mundo. O gesto realizado por Jesus simboliza toda a sua missão como serviço supremo prestado à humanidade. A missão de Jesus será compreendida pelos discípulos depois da ressurreição, iluminados pela ação do Espírito Santo (14,26). Servir uns aos outros para imitar o exemplo de Jesus, Mestre e Senhor, que se fez servidor de todos. Dei-vos o exemplo para que façais como eu fiz para vós, exigência a continuar a prática de Jesus para transformar as estruturas sociais. A leitura do Êxodo acentua que a memória da libertação pascal do Egito é igualmente anúncio da esperança messiânica de salvação, que Cristo realiza plenamente em sua Páscoa. O salmista se compromete em louvar e agradecer pela vida e salvação que vem do Senhor. Paulo, na primeira carta aos Coríntios, relata a tradição das palavras e gestos eucarísticos que os cristãos celebram como anúncio da morte do Senhor até que ele venha.

2. A palavra na vida

A celebração desta noite reúne a memória da ultima ceia de Jesus, o lava-pés e a entrega do mandamento novo. Nos gestos de Jesus na última ceia – tomou o pão, deu graças e partiu, repartiu – que expressa todo o sentido da sua entrega, temos a estrutura fundamental da nossa Ceia com o Senhor. No lava-pés e no mandamento novo, temos outras expressões da mesma eucaristia.

3. A palavra na celebração

Alegramo-nos! Anunciar a morte do Senhor “até que ele venha” implica para todos nós o compromisso de transformar nossa vida, de tal forma que ela se torne eucaristia, sinal de comunhão.

Autoras:

Ir. Neusa Bresiani é Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui no serviço da formação litúrgica nas comunidades.

Ir. Helena Ghiggi é Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.

 

Revista de Liturgia Edição 272 – 50 anos de Medellín: A liturgia de uma Igreja pobre, a serviço dos pobres.

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