DIA DO SENHOR: EPIFANIA DO SENHOR

5 de janeiro de 2019.

Oferecemos abaixo um subsídio elaborado para auxiliar quem prepara as celebrações litúrgicas dominicais. Além do aprofundamento dos textos bíblicos, indicamos também a sua relação com a vida e o mistério celebrado.

Autoras:

Ir. Neusa Bresiani é Pia Discípula do Divino Mestre, tem especialização em liturgia, é membro da rede Celebra e contribui
no serviço da formação litúrgica nas comunidades.

Ir. Helena Ghiggi é Pia Discípula do Divino Mestre, mestra em Bíblia e assessora cursos de formação bíblica.

Aprofundando os textos bíblicos: Isaías 60,1-6; Salmo 72 (71); Efésios 3,2-6; Mateus 2,1-12

As leituras de hoje celebram a grande manifestação (epifania, em grego) do Senhor a todos os povos. O trecho do evangelho deste domingo pertence às narrativas da infância de Jesus (Mt 1 e 2). Mostra o sentido universal do nascimento de Jesus, o Rei-Messias, o Salvador anunciado pelos profetas. O reinado de Jesus se estende a todos os povos, representados pelos magos, que provavelmente eram sábios, astrólogos. Mateus destaca que a salvação não vem de Jerusalém, onde está o tirano e opressor Herodes, mas de Belém, onde nasce o Salvador. Os magos são iluminados e guiados por uma estrela (vv. 2.7.9.10), que simboliza os anseios de esperança da humanidade, sedenta de paz, justiça, fraternidade. Herodes, os chefes dos sacerdotes e os escribas conheciam as profecias de Mq 5,1 e 2Sm 5,2 a respeito do nascimento do Messias em Belém, líder e pastor como Davi, esperança do povo (v.6). Mas Herodes, obcecado pela ambição e poder, considera Jesus um rival perigoso a ser eliminado. Rejeitado por Herodes e seu povo, Jesus é acolhido pelos magos, que prefiguram as nações (cf. Mt 28,19) que o reconhecem como Messias Salvador. Os magos se prostram diante de Jesus e oferecem seus dons, simbolizando todos os povos que se tornam discípulos e se colocam a serviço. Iluminados pela presença do Salvador, eles tomam rumo novo em suas vidas (v.12). A 1ª leitura destaca que os povos caminhavam iluminados pela luz do Senhor Deus (v.3), na esperança de reconstruir o Templo e a cidade de Jerusalém após o exílio na Babilônia. O profeta descreve a chegada dos judeus dispersos no exílio e também de outros povos trazendo presentes, que eram utilizados, sobretudo, no culto do Templo. Essa unidade de povos judeus e não judeus realiza-se, na verdade, em Cristo como destaca a 2ª leitura. A salvação é oferecida a todos os povos, uma vez que compartilham a mesma herança, são membros do mesmo corpo e participam da mesma promessa feita por Cristo Jesus através do evangelho(v.6).

2. Atualizando

A festa da Epifania manifesta a bondade de Deus que deseja salvar todos os povos. Deus revela seu plano de amor de modo especial no nascimento do Menino Jesus em Belém. Como herdeiros da salvação, recebemos a missão de manifestar a vida e a mensagem de Jesus ao mundo. A história dos magos reflete a nossa própria história na busca de Deus. A luz de Cristo ilumina e orienta a nossa caminhada de fé e esperança. Como profetas, somos chamados a despertar a esperança do povo e a construir um mundo melhor. Com o salmista, imploramos que floresça a justiça e a paz de Deus até os confins da terra (Sl 72,7-8 [71]).

A palavra de Deus na celebração

A comunidade de fé reunida é sinal da presença de Cristo, “não mais apresenta ouro, incenso e mirra, mas o próprio Jesus Cristo, imolado e recebido em comunhão nos dons que o simbolizam” (oração sobre as oferendas). Os dons oferecidos pelos fiéis (pão e vinho) são transformados em Cristo, dom do Pai, salvador de todo o mundo.

Dicas e sugestões

Nas regiões onde existe Folia de Reis seria bom convidar o grupo para prestar uma homenagem ao menino Jesus. Pode ser no início da celebração, depois da homilia, ou no final da celebração. (Outras sugestões vejam no Dia do Senhor, Ciclo do Natal, ABC).